sexta-feira, 22 de março de 2019





Chocolate com menta




Se é pra ser derretido,
que você mele minha boca com beijos loucos,
me adoçando com seu gosto de fruta silvestre

e me lambuzando com seus lábios doce de ternura.

Se é pra ser adocicado,
despeje seu gosto no meu, misture sua língua
entrelaçada na minha, com sabor de chocolate e
menta, porque só assim você vai se deliciar dessa
vontade tamanha de sentir a paixão, cheia de
cobertura derretida e picante, com gosto de quero mais.


Se é para dar água na boca

mele seus lábios contornando os meus,
com as delícias e travessuras de uma menina 
saliente, que lambe os bencos de tão gostoso que
são os beijos de quem te ama.

Se é pra ser irresistível,
me cubra de seu recheio doce
com seus pensamentos provocantes, me dando 
vontade de suas delícias e carícias, acrescentando 
sempre generosas porções de carinho, como se fosse 
cristal açucarado.

Se é pra querer com vontade,
estamos saboreando cada beijo demorado, apreciando
vagarosamente, sem tempo marcado, cada gostinho melado
de prazer. E nesse bem-me-quer gostoso, mergulhamos
num saboroso mundo sem pudores, onde a gente não sabe
onde começa ou termina a louca vontade de amar um ao outro.




André Prado.




Domínio na ponta da língua.

O gostoso no beijo de língua, é que pode ser estendido a geografia delicada dos pequenos e grandes lábios. Mas, nada excita tanto a mulher quanto um beijo entre línguas cheia de desejos. Parece que toda a geografia dos múltiplos lábios se abrem e são vencidos pelo domínio da carnuda hástea vermelha, que ao traçar desenhos no contorno dos lábios, em linhas e círculos rabiscados, se perde na ponta rosada da safada lambida e desperta o que há por debaixo da pele ao revelar uma mulher fluída, vibrante, com o desejo de se entregar as sensações mais inquietantes e ser dominada pela paixão da mais gostosa transgressão. É a química da pele e do desejo, quando os lábios se perdem no gosto da língua atrevida. É o domínio da poderosa com gosto de quero mais. Simplesmente adoro experimentar a sensação erótica, remexendo, explorando e penetrando movimentos dentro da gruta, tenho a sensação de um prazeroso e total domínio do sexo carinhoso e tesudo que faço na amada, tudo bem feito na ponta da língua.

sábado, 23 de julho de 2016

viagem de amar.


viagem de amar.


Cada momento nosso é pouco, pra tanta felicidade, não cabe.  Pensamos todo  tempo um no outro, nos alargamos,  não basta. Somos doidos, queremos mais. Queremos um  mundo de afeições, laços forte se ainda sim é pouco.O mundo é pequeno demais pra nós dois.. Precisamos voar, muito além, envoltos num abraço com  línguas entrelaçadas, unindo lábios intensamente beijados. E ainda sim, não nos saciamos.  Os beijos são longos, intermináveis, caprichosamente deliciosos. O tempo não faz diferença. Somos atrevidos, queremos mais, entrelaçamos os desejos, nos deixamos  deslanchar na onda de nossas sensações mais primitivas. Somos selvagens e  silvestres, sentimos o aroma do amor incontrolável. Apaixonados, incondicionalmente apaixonados. Cada  toque nos seduz, viajamos no contorno dos lábios de mel. Fazemos uma ligação direta com a felicidade. Nos encontramos verdadeiramente um no outro,  somos deliciosamente loucos, cometemos delitos, transgressões apaixonadas, trocamos delírios, nos misturamos, só pra ficarmos juntos, porque o amor nao tem fronteiras, nem limites,  se expande, vai longe, ultrapassa dimensões. Somos, então,  dois viajantes, descobrindo as delícias de amar infinitamente na eterna companhia um do outro. Nada pode ser tão perfeito, quanto  amar você.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Quimica da cumplicidade


                                                          Química da cumplicidade. 


Encantos e afetos que se misturam e se fundem. Sedução ao  Abrir a porta dos mistérios, para, em seguida,  fecha-la, no cenário de privacidade carente. Entre quatro paredes existe um mundo de loucuras, flagras descaradas de delicias em  ângulos e prazeres. Aquela cumplicidade à dois, manifestando  a energia  da malicia picante no ar. Onde o calor não é o do sol, mas aquele, que também aquece, quando  o despertar do cinco sentidos intensamente é percebido. Um contato que não tem limites, ondulando desejos e sentindo aromas, contornos, formas e sabores.  Identificam-se cheiros e fragrâncias, onde a pele transpira prazer. Levados nas alturas, pela vibração do momento, se desmanchando na delícia  molhada dos desejos, na percepção  de sons descontrolados, num deixar-se levar  pela corrente  de vontades não contidas, que percorre, atrevidamente,  todas as direções,  se expressando  sem pudores,   numa composição  química entre corpos entrelaçados. Em   disparada respira o corações  ofegantes. Frenesi  dessa   doce sensação de sermos simples mortais de sangue quente, animais humanos,  nus,  apreciando cada momento,   contemplando os corpos  em suas delícias,  sendo tomados pela a exaustão em   êxtase,  brindando a loucura da energia cintilante e inesquecível  desse dia azul de felicidade. O amor se libera incondicionalmente, se entrega, sem pudor, aos cuidados dos corações que se unem num único sentimento apaixonante. E como  Bodas de diamante, descobrimos que  somos feitos um para o outro, na eterna aliança de almas gêmeas.

domingo, 29 de maio de 2016

Laços da cumplicidade


Laços da cumplicidade

Preciso, as vezes, ouvir sua voz,  perceber seu tom de menina madura, me sossegando, desfazendo meus nós,  acalmado meus sentidos, me reconfortando,  primorosa com  palavras  suaves, me abrigando me envolvendo, deixando a corrente fluir,  só assim, sinto meu coração navegando, trilhando, bem juntinho, encostado ao seu.
Preciso, dentro do possível, ver seu sorriso, sua alegria, que ofega ansiosa em me ter,  sentindo-a agarrada ao meu pescoço, harmonizo.  Seu ser vibrante, tão feminino, me desmancha, e nesse laço de almas soltas, você me completa, me reintegro fazendo parte intima de seu coração acolhedor.. Somos cúmplices de nossos segredos secretos, maduros,  onde nos quatro cantos desse mundo nos bastamos, somos dois num só. Preciso desvendar seus mistérios,  sua aura de encantamento que me envolve, demônios sensuais, me desvairando aos seus critérios , enlouquecendo-me com seus toques de  paixão que  me absorve, entregue as seus beijos, aos devaneios e fantasias, que me lançam a sedução apaixonante, um laço que me toma de afeto,  e é nessa hora que perco o juízo, a noção do tempo, me embriago de carícias,  dominado pela aura  e o fogo  doce de seus encantos.
Preciso sentir você cada vez mais perto. Por isto navego nessa atmosfera  de ternuras,  na  energia sedutora   de seu sorriso convidativo,   me oferecendo um beijo com gosto de  fruta mordida. Entre línguas entrelaçadas,  me aprisiono em êxtase, na ênfase louca, insana e febril de seu calor  me agasalhado  o coração  e me deixando entregue ao seu delicioso gosto  com sabor de mulher temperada  com as delícias de um amor sem fronteiras. Você simplesmente me conquistou por inteiro

André Prado


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Anjos sem pudor



Anjos sem pudor

Duas almas livres voam juntas, um instante meio que cósmico, fugaz,  asas negras e brancas  encontram o céu, se enroscam no chão cheio de estrelas, isolados e enlouquecidos esquecem do mundo. Anjos Imprecisos, uma mistura de temperos, fluência perigosa ligada a desejos ocultos. Um contraste negro de asas brancas que se tocam , laços em êxtase que se misturam a gostos sensuais, mãos que se desenham lambuzadas pelo corpo, nudez se espalhando e aflorando os sentidos, seios atrevidos deslizando por trás, beijos de línguas entrelaçadas, gosto de sedução, silêncio com respiração ofegante, gemidos e sussurros num tom quase inaudível, um afago de delícias por um breve encontro. E nesse desejo translocado, explode delirante o som orgasmico sugando os lábios molhados de mel. A cena se desmancha, os corpos repousam, o mundo volta sem culpa, a vida flui, mas agora, na expectativa de um novo encontro, de um recomeço de novas carícias, sem cobranças fora do círculo.
Nesse vai e vem, o  retorno ao destino dos anjos  soltos segue, desgarrados do tempo, e livres, voam em direções opostas, conscientes que  encontrarão um novo momento para se  escolherem, acolhendo-se   em suas diferenças e fundindo desejos secretos na passagem de corpos ardentes. Foi um instante apenas, um vôo breve e prazeroso. Eterno, único e louco momento.

André Prado.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Casamento de fachada

Quanto mais eu vivo, percebo que o casamento, na forma tradicional, conservadora e cristã,  não faz bem nem para o homem e  muito menos para a mulher. Ambos tem consistências muito diferentes e não são concepções da família nuclear patriarcal ou moderna,  nem sentimentos românticos que irão mantê-lo. Em grande parte dessas ligações,   quando não existe mais a zona de conforto, se convertem num vínculo entedioso e um  relacionando de fachada,. Prefiro o amor livre,  muito mais autêntico e sem hipocrisias.

domingo, 18 de maio de 2014

Estado de Torpor


Estado de Torpor

Me estranha o estado de torpor, sem tristeza ou alegrias, como se tudo fosse uma vitrine, onde me afasto das pessoas, vendo-as de dentro para fora.Talvez seja um estágio inconsciente das mudanças, introspectivo, voltado para mim mesmo. Não me aborrece o não sentir as paixões no linear da loucura, é como se tudo que eu valorizasse não reconhecesse mais. Muito pelo contrário, não é um estado vazio, oco, mas uma segurança da autossuficiência. O estar só não me incomoda mais, me sinto muito bem acompanhado de mim mesmo. Ou seria o conformar-se a solidão sem culpa? Talvez, eu esteja mentalmente caminhando entre girassóis, e conjuntamente com as plantas, esteja buscando o sol, a luz e uma nova direção.

O jeitinho brasileiro da classe média





O jeitinho brasileiro da classe média
Virou moda, agora, atacar a corrupção, falar mal dos políticos e darem destaque as manifestações contra a copa do mundo. Me parece que aqueles que gritam se tornaram, por assim dizer, palestinos da "justiça". Fora mensaleiros, dizem os "impolutos" senhores e senhoras defensores dos bons costumes, da lei e da ordem. Abaixo a corrupção, Slogan preferido desses senhores "acima de qualquer suspeita", defensores da moral e da ética na política. Pois bem, não querendo generalizar, existe uma certa cultura do invisível na sociedade dos remediados de classe média, que dificilmente vai ser identificado, por se tratar de um sigiloso mecanismo gerado na antiga lei de Gerson, provavelmente os mais jovens nem lembram, mas era a denominação batizada num comercial de televisão, nos anos 70, difundida pela pratica astuta de se tirar vantagem em tudo. A cultura da lei de Gerson, ainda está muito arraigada na pratica cotidiana do brasileiro de classe média,que por deter um certo poder de compra, estabelece as formas mais sutis para driblar a lei e se dar bem. Foi o que aconteceu recentemente, quando procurei um imóvel para comprar financiado e percebi que na cultura dos negócios este fato é corriqueiro e dado como normal e "legal" do ponto de vista comercial.
Na busca por um imóvel, encontrei um que estava dentro do perfil desejado, estabeleci o contato com corretora, que por sinal, já demonstrava, em conversas preliminares, aceitar o jogo do vale tudo. O imóvel de meu interesse era de uma professora, viúva recentemente e que enfrentava problemas financeiros devido a morte prematura do marido. Pela indiscrição da corretora, que por sinal fugiu completamente a ética, revelando detalhes da vida pessoal da proprietária que não me interessavam, o falecido se tratava de um advogado da alta classe média endividado e que teve um colapso em decorrência de suas dificuldades. Entramos e contato e demonstrei meu interesse a professora proprietária do imóvel, fiz minha oferta e foi aceita de imediato. Tudo dentro do que julgava justo e dentro do preço de mercado. Mas para minha surpresa, a corretora me liga e a proprietária tinha revelado que o imóvel ainda estava em inventário. Em vistas do riscos, não quis mais levar adiante as negociações. Mas a corretora insistiu numa reunião com a advogada da proprietária e meu advogado. No encontro, foi sugerido uma série de formas para que eu tomasse posse do imóvel, todas sem a menor chance de eu e minha família nos tornássemos proprietários legais do imóvel no curto espaço de tempo, estavam instituindo o chamado contrato de gaveta. Foi rejeitado de imediato. A proprietária no seu desespero, tentou com que eu aceitasse suas condições, nada que fosse ilegal, mas completamente sem qualquer legitimidade de direitos, já que não haveria possibilidade de efetuar a transferência com o registro do imóvel em cartório. Já o meu advogado tentou colocar a possibilidade de eu comprar o imóvel com vantagens, oferecendo um valor menor e tirando proveito da situação. Não me interessava esta situação de clandestinidade e não queria vantagens adicionais e imorais, apenas o justo, bom e legal. Permeava nesta relação uma situação desordenada e uma certa doze de promiscuidade comercial, que misturava vantagens imorais, sugerida pelo meu advogado, quando sentiu o poder entre os dedos e o chamado jeitinho brasileiro da proprietária de arranjar, por debaixo do tapete, seus interesses pessoais. Mais indignado estive, quando surgiu um novo negócio imobiliário, também com o perfil desejado para a compra de um nova casa. Nas negociações a proprietária irredutível, conseguiu com que eu concordasse no preço. Achei o valor um pouco acima de mercado, mas na relação custo- beneficio percebi que seria interessante adquirir o imóvel. Sempre que faço um negócio procuro saber o máximo sobre a outra parte interessada, faço buscas em todos os sites tentando traçar o perfil dos negociadores. Entrando no perfil do facebook desta proprietária e notei que estava entre os brasileiros que estavam indignados com a corrupção no pais, tecendo várias ofensas sobre os políticos e o atual governo. Bem, como se tratava de um negócio dispensei a analise política. Mas a lei de Gerson sempre faz questão de aparecer, está impregnado nas mentes dessa chamada classe média, que detesta pagar imposto. Me liga a advogada da proprietária do imóvel, que estava quase fechando negócio e me faz uma outra exigência indecente. A proprietária queria driblar a carga tributária, e exigia para efetivar o negócio que concordássemos em declarar um valor menor no imóvel para venda no registro do imóvel. Entendi ser ilegal, além de ser desvantajoso onde a carga tributária incidiria justamente sobre os compradores, que não teriam como justificar a diferença no valor de compra e o valor pago efetivamente pelo imóvel, seriamos apontados, certamente, na malha fina da receita federal. Outro agravante é a apuração sobre a base de calculo do imóvel, que sendo a menor, geraria um conflito nos recursos e na apuração dos impostos devidos. Simplesmente achei um disparate e uma ofensa essa exigência. Desisti do negócio imediatamente, devido a insistência da proprietária que queria pagar menos imposto e ainda com o valor da diferença não declarada investir no mercado financeiro. A corretora tentando me persuadir, disse-me que este tipo de camuflagem é corriqueiro e normal no negócio imobiliário. Retruquei que não considero normal, mas sim uma atitude de má fé,pois se tratava de sonegação de impostos, algo que não fazia parte da minha procedência. Encerrei as negociações e dispensei a corretora. Por este exemplos, podemos entender como a corrupção está no DNA dessa classe média, que é falso moralista, promove manifestações de ruas contra os malfeitos na política e o desperdício do dinheiro pública e na prática faz a mesma sujeita que os malfeitores. É necessário haver uma nova consciência neste país, porque falar em moral e ética se tornou uma fachada de membros que se utilizam dos mesmos métodos dos malfeitores por trás das cortinas.
...................................André Prado.

sábado, 26 de abril de 2014

Muralhas reveladas




Muralhas reveladas

Sou um dos seus segredos,
um sujeito rasgado
guardado a sete chaves,
sombrio, obscuro
que pensava ser só meu.
Escondido do mundo e de todos,
Só você se atreveu a aceitar,
quebrei o silêncio, por inteiro me revelei,
ou melhor, minha outra metade sem voz gritou,
transpareci, a confiança foi total.

Sou um dos seus martírios,
você apenas não suportou a verdade,
foi jogada como um projétil, derrubando a sua alma,
acreditei que a aura do coração fosse entender,
se dizendo apaixonada, falhou a palpitação,
o preconceito venceu seu amor, desmanchou-se,
o afeto não venceu muralhas, as promessas eram falsas.

Sou uma de suas cicatrizes,
não por te machucar com mentiras,
mas por te derrubar com minha autenticidade,
não quebrei a sua confiança, apenas fui eu mesmo,
sempre, desde o inicio, confiando no seu coração,
abrindo meus conflitos, te entregando minha vida.

Sou um dos seus desafetos, agora
porque me atrevi a sonhar com a liberdade,
expressar-me sem bloqueios,
de ser original e nunca falsificado,
acreditando nos seu amor de verdade,
que no fim, virou deslealdade,
um cupido da maldade, sem brilho
arranhado em feridas, por não suportar meu ser
Se cegando ao enxergar quem sou,
restou sombras e cinzas, orgulho ferido, estupidez
de um coração que não vê o frágil,
o homem humanamente imperfeito.

...............................................................André Prado

domingo, 22 de setembro de 2013

A verdade dita com crueldade nem sempre liberta.



A verdade dita com crueldade nem sempre liberta.
Absolutamente, não faço apologia da mentira! Mas existem certas verdades que devem permanecer ocultas e enterradas dentro de si, do que serem reveladas provocando sequelas irreparáveis a alma humana. Eu acho que toda a essência humana se resume numa frase, não somos infalíveis! Não somos perfeitos e cometemos erros. Sempre achei que quem diz preferir a verdade nua e crua acima de tudo, menti descaradamente. Pois não é capaz de agir com o mesmo critério inversamente proporcional. Normalmente quem afirma isto para si, sempre quer se certificar da lealdade e na afirmação da verdade do outro, como instrumento de sua própria defesa se houver um deslize qualquer. Mas quase sempre não tem coragem e nega ao outro o mesmo tratamento dispensado a si. Desconfio sempre de quem diz ser forte e agir sempre como o dom da verdade estampado no peito, como se fosse uma estrela de xerife vigilante. Mas aprendi algo importante na idade da razão, nem sempre a verdade pode ser compreendida, as vezes é preferível o erro da mentira, do que ser crucificado ao expor a sua verdade ou ver outra pessoa ser destroçada por duras verdades ditas com crueldade ou com franqueza destemperada. Nem sempre a parte que foi enganada se recupera da verdade cruel e traumatizante. Certas verdades só interessam se fizerem bem a quem está sendo dito ou a quem está se utilizando dessas palavras francas, se de algum modo fizerem ambos crescerem. O ser humano é um ser em franca construção, e como tal, dependendo do tamanho do envolvimento, acaba falhando e acreditando em suas próprias ilusões,o que não deixa de ser uma mentira. A ética é algo muito mais amplo do que a moral, mas requer do ser humano uma força tamanha que não se deixe levar pelas paixões e tentações descometidas, pelo sentimento de perda e posse e pela falta de compromisso consigo mesmo e com o outro. Não acho que na sociedade que vivemos é possível total sinceridade. Ninguém em sã consciência, mesmo na máxima intimidade com o outro, trai a si mesma revelando suas verdades, aquelas mais ocultas, expondo-as na integralidade sob pena de se tornarem refém dos segredos escancarados. Em resumo, tudo depende se sermos aceitos do jeito que somos, mesmo diante de uma verdade chocante e incompreensível. Mas isto é tão raro, porque as pessoas são tão preconceituosas, tão donas de si mesmas, absolutamente intolerantes a verdade do outro, cheia de valores prontos e acabados, que arrisco a dizer que vivem em vários mundos ao mesmo tempo. Agem como se fossem perfeitas na sua miserável imperfeição. Somos humanos, mas parece que a cada dia estamos esquecendo disto, quem já não se viu diante de suas próprias mentiras, grandes, pequenas, duvidosas e até mentiras que se tornam verdades. O problema é que só vemos a mentira do outro e esquecemos quando agimos na mesma moeda. Como diria a minha velha e sábia tia, pimenta no olho do outro é lavoro.


.....................................................................................André Prado



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Anjo Vadio



Anjo Vadio





Desvio desse meu lado sinistro, em vão


a corrente me pega, me leva sem reação

minhas escolhas estão cravadas no peito

lá tem meu anjo vadio, um menino sombrio

sou um puto ambulante, na onda do desconhecido,

um andrógino na fusão negra e branca,

meus impulsos me embriagam, deslizo sem culpa.

Sem rumo, vasculho a noite buscando um conforto,

talvez, meus sonhos sufocados em meios aos delírios.



Esse lado menino é um pobre diabo,

inevitavelmente foge a idade da razão,

se refugia nas asas da imaginação,

preso as dimensões do seu mundo caótico,

não vê o fundo do poço, não se sente acuado,

se deixa levar pelas aventuras e os escuridão,

um lado meio deliquente que deseja os perigos,

adora estimular seus instintos, explora os pecados

suas asas voam longe, sem se dar conta de limites

não se vê por inteiro, busca seus pedaços espalhados

na esperança de ser uno na paz de sua solidão

caminha no escuro onde o tempo é a única razão.

                                                                                                       André Prado

sexta-feira, 1 de março de 2013

Existo, logo penso.





Existo, logo penso.

                                por André Prado


Alguns poderiam dizer que a frase de René Descartes está invertida. Mas eu penso ao contrário, é a vivencia que nos faz pensar. São as contrariedades da vida, que nos dão amadurecimento. Existe vida em mim, logo penso. Sem vida não existe pensamento. Por isto mesmo, alguns, eu já vi morrerem em vida, sem terem qualquer consciência do que viveram mal. Hoje com meus 56 anos completos, muito mais amadurecido, recomeço a viver novamente. Não porque se passaram 12 meses ou uma vida, mas por estar num momento que percebo, claramente, certas coisas que estavam adormecidas em mim. Passei minha vida vendo gente da minha família percorrendo o dinheiro e o Status, nunca fui de levar em consideração esses valores, nem mesmo quando era casado e tive filhos.Vivi com o necessário e paguei o preço por não seguir a trilha de ambição e da febre do consumo fútil, que alguns tolos acreditam ser necessário se escravizando ao trabalho e esquecendo de respirar. Vi familiares morrendo aos poucos, percorrendo a riqueza. Morreram muito doentes de tanto trabalhar e conquistar bens e propriedades. Restou aos póstumos, apenas o agradecimento dos herdeiros, deixando aqui, seus restos mortais e o suor de uma vida de trabalho. Justamente por ter certos privilégios, rompi amarras, vínculos e não me arrependo disto. Alguns dão valor ao trabalho pelo que ele possa comprar, eu porém, nunca dei valor a nenhum trabalho que não me proporcionasse prazer. Sei que isto é para poucos, mas não tenho qualquer tipo de arrependimento, porque minha visão nunca foi sintonizada com as mentes em seus quadrados limitados de acumulo de bens materiais. O maior bem que quero ter, é a recuperação de minha saúde e me sentir um homem pleno. Não, nada que possa ser grave, mas necessário para ter uma vida cada vez mais ativa e lúcida. Cuidados são necessários nessa altura da vida. Hoje vejo meus filhos adultos, admirando a distância seus sonhos e realizações. E a cada vitória deles é minha também, pois são a extensão mais prazerosa de minha história. Vivi alguns amores, mas tenham certeza, apenas um. recententemente, me marcou de verdade. Não porque os outros tenham sido menos importante, mas porque vivi realmente uma história de amor pleno, incomparável e intenso. Principalmente, porque foi a única, que me entreguei completamente, me revelando por completo e que, de fato, me aceitou do jeito que sou. Com ela, pude ser eu mesmo. Mas como nós mesmo dizemos, que seja eterno enquanto dure. Agora, tenho planos e projetos mil. Sei que posso caminhar com mais vigor, pois a cada passo que dou, conto com a consistência de uma vida cheia de experiências, e que ainda tem muito pra me dar, quando estiver percorrendo novos caminhos, um percurso que envelheço com mais equilíbrio, deixando a mente aberta, jovem e sem neuras.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

SOCIEDADE DA SURUBA



SOCIEDADE DA SURUBA
                                              Por André Prado

Existe uma música chamada "É bom desconfiar", tocada por uma das melhores  bandas que o Brasil já produziu, Titãs.  Nessa época Nando Reis fazia parte do grupo. Quem apreciar o vídeo produzido ao vivo pela TV cultura,  vai ouvi-lo dizer: Precisamos desconfiar de tudo, principalmente do apagão. Isto foi em 2001, na época de FHC. Mas desconfiar é algo que faz parte dos brasileiros, principalmente quando denominamos de selva de pedra a vida em sociedade, mas isto é muito mais focado somente em relação aos políticos, já que em política existe tantas correntes de pensamento, e é um fato normal estarmos atentos para os programas de governo ou de candidatos que almejam os cargos públicos. Mas nas atuais circunstâncias, desconfiar de uma situação de assalto, o que é perfeitamente comum hoje em dia, numa clara reação e prevenção a violência, acaba sendo uma vigilância que se tornou absurdamente normal. Mas as desconfianças extrapolam, vão muito mais além das questões politicas e das propriedades materiais. É comum atualmente, as pessoas pensarem em seus próprios umbigos. Mas o motor dessa barbárie começa por uma rede de informações tão distorcidas que atingem o entendimento, começando pelos meios de comunicação que visam apenas lucros em detrimento da verdade. Fontes que já não são mais confiáveis, já algum tempo. Daí, permeia uma rede de intrigas, centrada na própria individualidade, pilar do egocentrismo social. Basta haver disputas internas em qualquer relação humana, que com certeza haverá luta de interesses. As relações sociais estão cada vez mais disfarçadas, e o cuidado em todos os setores da vida acaba por ser necessário. Infelizmente, vivemos uma neura urbana, onde existe tanta deslealdade, que isto parece ter se tornado uma extensão do ser humano, vivemos uma sociedade das aparências, sem sinceridade. Percebe-se que as amizades estão cada vez mais seletivas, admitindo-se apenas um grupo fechado, extremamente reduzido. Estamos fechados em nossa própria natureza. Nas relações de afeto, em todos os sentidos, principalmente no amor sexual, existem muito mais decepções do que demonstração de reconhecimento fraterno. A traição parece ter corrompido as relações entre homens e mulheres. A tônica filosófica é: Vamos pegar todos ou todas. Existe uma suruba generalizada, que tomou conta da mentes e corações. Pessoas sendo lesadas, violentadas, enganadas, maltratadas e manipuladas. Parece que os cristão, evangélicos, espiritualistas de modo geral adotaram a máxima, que impregna a sociedade dos acorrentados e estereotipados seres insensíveis e encobertos, se guindo pelas letras mortas da hipocrisia: Cada um por si e Deus por todos. Então, nos resumimos a uma sociedade sempre armada com paus e pedras, pasmem senhores, desconfiados que somos, de nós mesmos, semelhantes mortais. Estamos em plena crise ética. Conseguiram tirar do dicionário, a palavra confiança e sinceridade nestes tempos modernos. Talvez, isto sempre tenha existido, tendo domínio a partir da existência do poder, só que camuflada em tempos sombrios e escancarado abertamente na era contemporânea. E assim vamos nos arrastando, subindo ladeira, descendo ladeira, sempre com os mesmo passos monótonos da vida em sociedade, que não cultiva a solidariedade e o respeito. A vida não é assim, mas querem que fique assim. Paciência!!!! As consequências estão aí, quem planta vento colhe tempestades.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

As sombras dos enigmas



As sombras dos enigmas 

Sempre fui fascinado por heróis mascarados desde minha infância, mesmo depois de perceber, ao longo da vivencia,  que eram apenas enlatados estadunidense e que por trás existia apenas  um fundo meramente ideológico por trás de tais fantasias. Reproduziam  a visão mecanicista do pensamento capitalista,  que entende  ideia do "mal",  naqueles que eram contrários ao bons costumes da sociedade neoliberal e nas  instituições(família, religião, jurisprudência,  política e economia)  que lhe davam sustentação. Uma forma de ver e julgar o mundo social de acordo com os princípios revestidos  de um conjunto de "atributos inatos",  cuja a natureza  tende apenas  beneficiar e preservar apenas os "heróis" da sociedade, destacadamente  entre os mais poderosos.  Mas eu acho que devemos ir muito além do modelo e entendermos os fundamentos psicológicos e as sombras que perseguem determinados heróis e vilões mascarados das histórias em quadrinhos. Entendo mesmo,  que existe uma certa identificação na pratica social e no meio em que vivemos. Talvez seja isto que mais me fascine nos ditos mascarados. Se cientificamente já foi comprovado que   existem influencias,  comportamentais e genéticas, sendo que parte da formação ambiental é cultural, logo posso deduzir  que existam combinações tão  diversificadas que faz do homem  um ser extremamente complexo. Existem motivações destrutivas dentro do ser humano potencialmente latentes, que se forem acionadas, acabam por mostrar a maldade que tentam esconder de si mesmo. Querem um exemplo, vi um vídeo que mostrava uma experiência cruel com ratos. O pesquisador tentava mostrar que pessoas, sem serem vistas, poderiam  causar maldades e mostravam seu lado perverso. . Nessa experiência, ficava latente a crueldade nos seres humanos. O pesquisador montou uma gaiola eletrificada com ratos brancos, numa sala isolada e privativa, instalou um botão vermelho que acionava a descarga elétrica. Colocou em seguida um aviso para que todos que passassem apertassem o botão vermelho. O resultado foi cruel. Todos que passaram apertaram o botão, vendo os ratos pularem ou se contorcerem pela descarga elétrica, apertavam varias vezes sem ter a menor constrangimento vendo o ratinho sofrer. A perversidade está latente no ser humano, basta estimula-laBatman e coringa  ao meu ver são  o herói e o vilão que mais encarnam a contradição do ser humano. Ambos são enigmáticos e sombrios. Acredito mesmo que sejam  um reflexo do  lado sombrio das pessoas, a forma obscura não revelada e que todos tem em menor ou maior grau. Tem pessoas que não mostram seu lado vilão,  se revestindo com a mascara do bem. O Coringa representa tudo aquilo que não pode ser controlado, que não pode ser comprado, que não pode ser convencido. Um psicótico com uma aparência similar a um palhaço ou a de um curinga que sempre tem as cartas escondidas  na manga.  Ele é a personificação do mais puro caos, em sua pior forma: a destruição, seja ela de idéias, sonhos, ou apenas construções materiais.Não seria essa a forma   do coringa? Batman não seria a forma feia, fantasmagórica se revestindo de poderes do bem. O homem morcego, em sua forma tenebrosa representa: justiça, esperança, compaixão. Na verdade ambos são muito semelhantes, pois são inteligentes, bons no que fazem, e não há nada de lógico por trás de todos os seus esforços. O que o diferencia Batman de seus inimigos é apenas um apego a um ideal mais elevado. Mas parece que o Coringa é o maior temor inconsciente de Batman, porque ele quer provar que nada é como parece, e que não existe algo como “pessoas inocentes” ou “ideais puros”, que  as pessoas não são  capazes de exporem suas fragilidades, seus piores medos e de enfrentá-los olhando-os de frente. Bombardeia  ao ponto de fazer o "herói" acordar, destruindo suas idealizações  para o fato de que todos tem  periculosidade em potencial. A forma mascarada, camuflada atrás de uma batcaverna, que se esconde atrás de valores altruístas não é a única forma do ser humano, ele é também a forma do Coringa, o outro lado da mesma moeda,  que dissimula, age através de enigmas, esconde-se de seus verdadeiros propósitos e que não revela sua verdadeira personalidade. Por isto achei legal esse vídeo com a musica do U2, U2 Hold me, Thrill me, Kiss me, Kill me, porque expressa o conflito,  a realidade medonha  e psíquica do ser humano na sua orientação do mundo. Ninguém é santo e nem demônio, apenas é humano, tendo em si ambos.

http://www.dailymotion.com/video/x1much_u2-hold-me-thrill-me-kiss-me-kill-m_music#.UREzcx3m0_0

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Escolha da ausência



Escolha da ausência
                                   por André Prado

Acordei com uma sensação diferente,
nova, agradavelmente surpreendente.
Me aproximei do amor, mesmo ausente.
Sim, percebi que a distância não me fazia infeliz,
porque sua lembrança é tão nítida que me bastava.
Senti desejos e prazeres criados no glamour da fantasia,
revivi as conversas demoradas e agradáveis,
contemplei a sua inteligência, sua sensibilidade,
mergulhei nas delicias de seus toques atrevidos,
com os sussurros ao pé do ouvido e sacanagens adoráveis.


Você não está mais do meu lado,
mas sempre quis te sentir por inteira,
hoje, não preciso das suas justificativas,
entendi que ser livre é sentir-se bem,
ninguém é de ninguém, diz o poeta,
mesmo quando se ama alguém,
não importa mais o que faça na minha ausência,
mesmo porque, sua presença, mesmo breve, me bastou.

Sei que suas sombras te devoram,
talvez, seja inevitável se dar ao mundo,
amar quem quiser te amar,
mas isto nunca fez parte do meu arbítrio,
não mais agora, te aceito do jeito que é.
Meu sonhos  buscam as lembranças,
sua ausência não é mais sentida,
porque sinto-a  dentro de mim,
posso fazer com você o que quiser,
te lambuzar em minhas fantasias,
te desnudar, sorrir com sua alegria,
lembrar dos bons momentos,

pois em  tempo rompido, não existe mais dor, 
não mais agora, porque descobri que seu ser é único,
não se reduz a mera necessidade, nem carência,

mas acima de tudo,  porque foi   escolha de amor. 
Minha escolha.











segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O amor consciente não é cego.



O amor consciente não é cego.
                                                      por André Prado



O amor realmente é uma construção sempre muito tênue, podendo estar entre o paraíso e o inferno, no sentido afetivo e emocional da palavra. Não é fácil realmente administrar desejos e vontades, mentes e corações, e quando o encanto se quebra, por mais que exista momentos felizes, a voz interior te sacode até você perceber a ruína de um sonho, onde os seus destroços emocionais ficam vagando por uma imensidão vazia. Em dado momento, você  tem a falsa sensação de fracasso e frustração, ao dizer adeus a tudo isto que, um dia pensava ser uma realização de sua vida, mas que na verdade foi um doce delírio. Chega mesmo a se curvar diante de tamanha impotência, a ponto de tatear para buscar novas referencias, perdidas no interior de sua escuridão, até achar um novo porto seguro e uma luz no fundo do túnel.. E aí, seu coração percebe nitidamente que pode reconstruir a sua vida, em cima de alicerces marcados por cicatrizes. Ao menos seguir em frente, mesmo ainda sentido a sensação de desencanto. Afinal, a vida não é só felicidade, mas amadurecimento para absorver os impactos da desilusão. Não existe nada, absolutamente nada a lamentar, quando se percebe que o amor, que um dia você acreditava sentir, se tornou um estranho na sua vida. Porque a partir daí, é preferível o rompimento, a solidão e o vento frio, do que perder o sonho e entender que é possível senti-lo novamente. O amor não foi feito para ser cego, mas consciente de que isto é compartilhado lealmente e incondicionalmente.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Entrega incondicional



Entrega incondicional

Se eu tivesse que definir o amor, eu diria que são asas que fazem a gente ultrapassar os horizontes, voar pra onde o coração quiser, se aventurar no desconhecido, acompanhado de seu par. É encontrar a mesma emoção e êxtase, explorando o toque de carinho à dois, é a combinação de vidas trilhando o mesmo caminho juntos, na mesma balada, num entendimento sem palavras, quando amadurecido, se entregando por gestos, olhares e sentimentos. É o desentendimento que não permanece, quando o chamamento é mais forte do que o orgulho. É as delicias da autenticidade que marcam profundamente, em meio aos espinhos, afastando os delírios. O amor é lucido, clareia e espanta os fantasmas, dissolve o egoísmo e se fortalece na intensidade. O amor não é só um encontro, mas a entrega incondicional a lealdade sem medir consequências
.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Saber se livrar das pedras


Saber se livrar das pedras
                                              por André Prado

Hoje, tenho a sensação de liberdade plena. Acabei me desapegando, inspirando e expirando o ar livre , sem que minha mente estivesse atormentada, por um sentimento alheio e desproporcional a minhas dores. Me livrei de um delírio que me assombrava. Como é bom a gente se perceber livre!! Mesmo porque, liberdade não é só o movimento de ir e vir, isto é básico, direito que, infelizmente, muitos neste mundo, onde existem ditaduras profanas, se quer tem. A liberdade de movimentos do pensamento livre, que, independente de certos blocos caducos e arcaicos da sociedade, se manifesta com sua plenitude e com o desejo de transformar a vida. Começo pela minha, que nos últimos meses, estava num labirinto de emoções perdidas e desperdiçadas, num movimento retrogrado e sem qualquer luz em meu caminho. Dei o meu primeiro passo, deixando pelo caminho um rastro de pedras imaginárias, se desprendendo do meu corpo, sem olhar para trás e me percebendo leve para ter forças em direção a um novo horizonte. Em cada passo que dava, o peso dessas pedras mentais, eram arremessadas para longe, e a leveza se tornava presente. Nesse momento entendi , que sem exercitar o amor com desapego e sem posse, carregamos um Container de ilusões, que ao invés de transbordar alegrias e a sensação de bem estar e felicidade, trás em si, lixo de desconfianças e manobras de controle e manipulação. Foi uma fase necessária, para um aprendizado, que me deu a certeza, que mais vale estar só do que mal acompanhado. Seguimos sozinhos, em frente e em busca de novas alternativas. A vida se transforma e segue em diante, quando existe a consciência do que nos prende e do que queremos nos livrar.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Delírios e fantasmas



Delírios e fantasmas

Ahhhhh, minha gente, essas paixões são deliciosas e envolventes, dão asas a nossa imaginação, criam fantasias tão picantes, que parecem mergulhar num paraíso de delicias proibidas, em ondas de toques e sussurros. Mas quando se tornam frustrantes, corroem e corrompem aos poucos, sem que percebamos que estamos sendo guiados direto para o inferno. Principalmente, quando não há mais a sintonia fina que ligue emoção e êxtase, apenas posse e desejo. Seguindo esse caminho insano, se houver delírios em seus ciúmes, fantasmas assombrando essa transloucada paixão, seu ser jamais estará desprendido. Se houver desconfianças que lhe sopram aos ouvidos, isto será a algema em forma de dúvida, te torturando, presa ao seu sentimento. Se seu coração se submeter a triste e melancólica incerteza, a ponto de rastrear os passos de quem você não mais crê, com certeza, a paranoia já está em sua perseguição. Se a loucura da paixão passional estiver se apossando de ti, então, é o momento de ressurgir em sua lucidez, tendo a humildade e dignidade de perceber , que nada mais disto faz sentido e que é hora de se livrar do perigo, seguindo outro rumo, para reencontrar a paz e o equilíbrio, mesmo que tenhamos que renunciar ao vicio saboroso de se perder nos toques da amada e aos delírios alucinantes dessa paixão ardente que, um dia, foi intensamente flamejante. Melhor desistir, para não se perder de vez na loucura da desconfiança............ (André Prado)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ressurjo



Ressurjo

Me sinto Fênix.
Entrei em auto-combustão emocional.
Hoje, ressurjo das cinzas, mais forte do que nunca.
Longe de mim sentir-me imortal,
mas estou mais vivo do que ontem.
Minha energia é um fogo brilhante,
emanando labaredas douradas e vermelhas,
nesse instante, me enchendo de força e luz,
combatendo com firmeza o flagelo da alma,
transporto num voo rasante, ofegante,
quase chegando ao fundo da destruição,
um suporte em forma de dor. Solto-a.

Dei um destino final a essa sensação aguda.
Meu fardo pesado se desprende de mim.

E na levesa do meu voo, me supero, me elevo,
escrevendo minha história,
que, pesada ou não, vai seguindo,
sendo o sujeito de meu destino,
completando seu ciclo nobre,
sentindo, que sempre valerá a pena,
apesar das farpas e dos espinhos.
..................................(Andre Prado)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Amor em construção




                      Amor em construção





Eu amo você sim, meu amor,
não só de corpo e sexo,
amo você  de alma e  de sentidos, 
de paixão e de noites mal dormidas,
visualizando seu rosto em cada canto,
ouvindo sua  palavras em cada momento,
suas tristezas em meu sentimentos,
perdido sem sua presença, 
triste com sua ausência,
buscando seu sorriso na mente,
seu abraço em fantasia, seu aconchego no meu peito,
sua lembrança em cada detalhe de seu rosto,
busco seu amor com seu cheiro,  perfume e magia.

Eu amo você sim, meu amor,
por você me aceitar como sou, intenso, incompleto
buscando em mim, seus sonhos de ser amada, 
despertando de novo seu coração, o pulsar de afeto e paixão,
amo nossas conversas demoradas,  secretas que se  misturam,
nossas brincadeiras  de amor proibido, as escondidas,                                    
como crianças atrevidas,  fazendo arte a céu aberto, molecagem
amo seu abraço apertado  me enlaçando com desejo,                            
se misturando ao meu corpo, envolvente,
sua personalidade marcante, que me faz pensar                                
esgotando todas as possibilidades, abrindo novas mensagens
seus lábios me tocando aos ouvidos, mordendo o lóbulo da orelha,
me lambendo os beiços e entrelaçando sua língua na minha, 
amo nossas brigas de tempero e de visões diferentes,
amo a caminhada de um amor em construção, com toques e descobertas, 
Nesse amor, somos completos, incompletos, iguais, diferentes. 
Nos amamos! E isto é tudo que importa.

................................................................André Prado



















segunda-feira, 23 de julho de 2012

Entrelaçados

Entrelaçados

Aconteceu,
meu coração está entrelaçado ao seu, um sentimento que pulsa em mim, uma força que tomou conta,  cresceu e só com o  amor voce me venceu.

Aconteceu,
você me envolveu,
suas mãos me tocaram suaves,
seus desejos são meus,  teus.
Nos misturamos a fina  flor da pele  e a sua metade se juntou a minha,  onde meu  coração é seu.

Aconteceu,
A vida se apresenta  mais colorida, seu sorriso é um convite ao amor, seu calor me abriga nesse frio, seus beijos impulsionam a mais beijos,seus abraços me cobrem  de paixão.E a vida é mais vida ao seu lado.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

vale quanto pesa



Vale quanto pesa

Seria possível acreditar no amor sem prazo de validade? Por que queremos tanto algo que jamais pode ser eterno?Adiantaria sugerir que se praticasse o desapego? Seus valores, suas idéias, seus sentimentos lhe permitissem viver um momento de entrega sem garantias? É possível se entregar a alguém que pode simplesmente ir embora, sem que eu, você, ou qualquer um possa evitar? Bem, a questão é que nunca nos conformamos que o amor tenha seus limites e momentos. Por mais que tenhamos a consciência de que tudo passa, que a cada dia existam mudanças no seu corpo, nas sua ideias, nos seus conceitos, na forma como vemos o mundo, essa mesma forma acontece, também, no desenvolvimento do amor, que não se difere dos acontecimentos e do desenrolar da história de vida onde, queiramos ou não, sua evolução acompanha esse doloroso processo de atualização predominantemente de afeto e cumplicidade. Então, por que insistir em algo que tenha seus dias contados, já que o limite pode ser a morte física ou emocional? Que sentido tem nos apegarmos tanto a uma pessoa, já sabendo que poderá haver a possibilidade, de tudo terminar, jamais admitida no calor da relação. Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, muitas vezes sem aplausos, provavelmente num auditório vazio e num profundo silencio dentro de nós. Por que as pessoas buscam tanto o amor absoluto, sabendo que nada é perfeito. Tudo é sabidamente transitório. Talvez, se as pessoas fossem desapegadas de modelos comportamentais, esteriótipos e de valores externos, sentiriam com mais frequência esse sentimento. Por mais que o ser humano seja bom, ele precisa estar acompanhado de um currículo pessoal, enumerando um histórico de sua perspectivas, expectativas, parecendo mais uma seleção dos mais destacados, para serem aceitos como afetos. Não seria por este motivo que as pessoas estivessem tão solitárias, exigindo que o amor pudesse ser moldado num quadro com bordas de ouro e brilhantes. Eu me dei conta, já a algum tempo, de que o efêmero é a chave do distanciamento que separa as pessoas do amor. É bem provável que muitos estejam sozinhos, já há alguns anos, por exigirem demasiadamente de seu semelhante. Acredito que houve uma inversão de valores, onde o preenchimento da história de cada ser humano, não se faz mais com sentimentos verdadeiros, admiração pelo ser humano em seus valores éticos e morais, entrega incondicional sem o apego passional, sem cobranças e garantias. O amor é consumido pela máxima proporção do Vale quanto pesa. No entanto, esse mundo que conhecemos mergulhado na modernidade mecânica, não conseguiu se desprender de contratos e leis, para garantir os relacionamentos, colocando o amor amarrado a regras de direito, quando deveria ser uma união de desejos e sentimentos incondicionais. Então se o papel do amor foi coisificado, por uma degeneração de poder, perdendo-se no ter, qual seria o verdadeiro sentido dessa emoção. O ser só tem sentido, quando, de fato, faz sua história de amor, se desapegando e permitindo viver um momento de entrega sem garantias. Mas isto não significa uma única história de amor, mas se permitindo vivenciar, tantas quantas forem necessárias, para sentir-se pleno e feliz nesta breve passagem pela vida. O sentimento de amor está sempre se renovando e se não fossem as convenções estúpidas e burguesas, provavelmente o amadurecimento e a contribuição de cada um, seria o bastante para que as relações se desenvolvessem sem sentimento de posse e sem serem destrutivamente passionais. Culturalmente, acho que o sentimento de amor foi totalmente descaracterizado e mediocrizado pela acumulo do ter, renegando o ser. É inegável e visível que os sentimentos humanos se deixaram corromper pela volubilidade de uma vida banalizada, se nivelando abruptamente na escala de valoração social. .............................................André Prado

terça-feira, 5 de junho de 2012

Voo livre de boteco





Voo livre de boteco


Como eu me divirto nesses botecos da vida. Aqui no meu bairro, existe uma grande frequência de botequeiros ligados a aviação, justamente por ser próximo ao aeroporto de Congonhas. Nas noites de folga, pilotos, aeromoças, comissários de voo, controladores de voo, engenheiros de manutenção sempre passam as madrugadas rindo e bebendo muito, extravasando o stress dessa loucura chamada aviação civil, já que são  obrigados a ficarem mais de 8 horas com os pés em pleno ar e fechados em cabines, se deslocando em pontes aéreas ou voos internacionais. Se alguém acha que ser profissional da aviação é só glamour e diversão,  pelo fato de estarem viajando e conhecendo novos lugares se enganam. Segundo o que pude apurar, muitos estão sob um intenso stress, devido a vida nômades que levam, já que não criam raízes e perdem a noção de normalidade. Os horários são malucos e descompassados. A alimentação é completamente feita em hotéis, o que não significa necessariamente ser saudável e balanceada. Muitos inclusive perdem peso, por ficarem horas expostos a pressurização e uma oxigenação artificial inferior aos níveis normais no interior do avião. Bem, aqui não é nem hora e lugar para ficar  ficando falando de saúde e bem estar. O assunto é outro. O  Dr. global Drauzio Varella pode explicar melhor do que eu, o fantástico e louco mundo da aviação. 
Nesse divertido circulo de amizades de botequim, em um  domingo com cara de final de noite, encontro um amigo de velhas baladas, o cara tem o apelido de "cabelo", não me perguntem porque, acho que nem ele sabe explicar. Na verdade esses caras jovens, com menos de 35 anos, que frequentam os mais variados botecos de meu bairro, são  verdadeiros galinhas, muitos deles  atraídos pela enorme passarela, onde  desfilam lindas comissárias no pedaço. Interessante como existe, ainda, um fetiche desproporcional com essas meninas. Não entendo tanto glamour, são meninas simples, com uma beleza natural, sem serem diferentes de tantas mulheres lindas e batalhadoras que já vi em minha vida.   Parece que muitos  homens fantasiam loucuras com as moças uniformizadas, viajando em suas curvas insinuantes nos  lugares, digamos, mais  inadequados e perigosos. Algo como delirar em banheiro de aviões, onde comissária e cliente se entrelaçam em carícias acompanhando o movimento suave ou turbulento da nave, por exemplo. Tipo Britney Spears, naquele vídeo de mal gosto intitulado "toxic", lembram. Tá legal, sexo a gente faz onde tem vontade e gosto não se discuti. Mas, mesmo nos lugares adequados, podem acontecer acidentes de percurso. Foi o caso do "Cabelo", que ao me contar seu drama,  não pude mais parar de rir.

Segundo a versão do cara, ele esteve nesse mesmo boteco e  tinha conhecido uma comissária  linda, daquelas que, segundo ele, todo homem sonha em ter na cama. Bronzeada, loira, malhada, com seus 20 e poucos anos, carioca e extremamente sensual. Pois bem, todo galinha tem seu dia de castigo. Conversa vai, conversa vem, petisco daqui, espeto de carne dali e muita cachaça à dois, rola um clima  muito romântico,  para aquecer os corações dos pombinhos. De  repente, não mais que de repente, acontece o  vuco vuco da noite, mão naquilo, aquilo na mão, com a  garota  convidando ele para ir  ao hotel,  onde estava hospedada. Mas, quem é da aviação sabe que hospedaria de comissária, mais parece pensão ou albergue de estudante, sempre cabe mais um. Lá chegando, os pombinhos encontraram as coleguinhas de profissão dessa comissária carioca, cerca de sete meninas,  todas mergulhadas no seus afazeres. Recolhendo as roupas, calcinhas, camisinhas e outros inhas espalhados pelo chão do apartamento. Sem outra alternativa e com toda disposição ainda  aflorada na pele dos pombinhos, foram a um  motel perto. Lá chegando, enfim sós. As preliminares estavam cada vez mais intensas, corpos molhados de excitação e respiração ofegante.  Ardorosamente  ficam  loucos de desejos. O clima esquenta  e o "cabelo" percebe que seu  avião decola, já empinado o nariz  acima  para o encontro tão esperado em  direção a lua. Quando tentam chegar ao finalmente, eis que o cara começa a suar frio, ficar com a expressão contorcida no rosto e senti uma pontada aguda na barriga. Pensou logo naqueles malditos espetinhos de carne, a casa tava caindo literalmente. Ele precisava bater um fax urgentemente, não dava pra adiar. A coisa estava tão dramática, que brochou no ato. Pediu licença pra garota e se dirigiu ao banheiro, sem maiores explicações.  Espalhada  na cama, a doce  menina não sabia o que fazer. Deu de bruços e esperou Don Juan voltar ao seu ninho de amor. Entrando no banheiro, "cabelo" ficou paralisado, sem ação. Reparou que a divisória do banheiro era de vidro e transparente, naquele momento ele travou. Como se sentir a vontade, sentado na privada com a garota olhando. Maldito banheiro, pensou ele, nem venezianas tinha para que ele pudesse manter o mínimo de privacidade. Deu desespero, o trem já estava correndo a solta pelo túnel. Definitivamente ele não se sentia a vontade para soltar gazes e ruídos deliciosos, curtos e longos  naquele momento. Ainda mais, que nos anais desse pesadelo, o sons eram  mesclados,  esguelados e com ecos  Pegaria mal, não dava.   Imaginem, aquela  menina linda  olhando para ele, sentado na privada com nojo de vê-lo se limpando. . Sem  dúvida,  brocha qualquer tesão feminino. Disfarçou que ia tirar água dos joelhos e tentou contornar aquele dor de barriga.  Ele bem que tentou voltar. Mas quando o avião de olho cego empinava, o trem queria sair pelo túnel aos fundos. Um conflito de desejos reprimidos.  Uma disfunção de entrada e saída. Quando percebeu que não dava mais para aguentar, inventou a primeira  idiotice que lhe venho a mente. Simplesmente se vestiu e pediu a garota para fazer o mesmo. A menina sem saber o que estava acontecendo se sentiu culpada e lhe disse:  O que estaria ela  fazendo  de errado? Ele deu de bruços e disse  que estava em conflito com sua consciência e que estava pensando na ex namorada.   Pode? Fedeu  ainda mais.  E nem namorada o cara tinha. Trocaram de roupa rapidamente e deixou a arrasada comissária no hotel. É claro, que  a traumatizada menina, além de querer esquecer aquele noite de tesão retraído,  nunca mais iria querer  ver a cara do pastelão arrependido.  O cara saiu em disparada suando frio, com dor de barriga  até a sua casa e, quando finalmente pode sentar na privacidade de sua amada privada, sentiu espasmos de prazer e  teve o orgasmo  merecido  daquela noite. Com direitos a  ruídos esquelados e ecos a vontade. Foi um êxtase, que ele jamais vai esquecer. Ahhhh, como eu gosto dese voo livre dos botecos, só risadas e alegrias. 

.................................................................................................André Prado

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Recomeço


Recomeço


Hoje, um sentimento de algo incompleto. Necessidades de mudanças. A vida está por fazer e pedindo novas alternativas. O inacabado é sempre algo que nos impulsiona, é a urgência de expansão. Uma sensação de redefinição, próprio de quem nunca se contenta com o óbvio. Sinto a respiração cansada, como se estivesse vindo de uma longa jornada, mais um ciclo, entre tantos, se fechando. O tédio e o vazio tomaram conta de mim. Tenho que respirar novos ares, encher os pulmões de uma atmosfera oxigenizada e livre, expandir o peito em direção ao alternativo, buscar novos caminhos, adentrar aventuras e me infiltrar no inexplorado. Hoje, é o dia do recomeço, o marco da reconstrução, um novo ciclo para provar minhas potencialidades, mergulhar no desconhecido, sentir minhas possibilidades e amplia-las. Hoje eu renasço e recrio minha vida. Como se fosse a lua nova, refletida na luz do sol, buscando crescer seu corpo astral, formando a unidade interior, lhe sorrindo por dentro e expandindo sua energia, até atingir a sua fase cheia. Um novo ciclo repleto de descobertas virtuosas se inicia. É a vida inquieta se manifestando. 

..................................................André Prado

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Almas que não se separam



Você não vai admitir, mas tenho certeza está sentindo. Provavelmente esteja com raiva, mágoa, tristeza e confusa.. Tudo isto vai passar. Temos uma atração tamanha, algo tão intimo, um força conjunta com base no amor, tão grande, que jamais conseguiríamos desenvolver estando separados. Tenho certeza, algo me diz que nos encontraremos outra vez. Mas, por enquanto, precisamos ficar separados até que cada um se encontre, só assim é possível nos encontrarmos. Os nossos erros ficarão para trás, porque temos uma identificação de almas. Disto eu não tenho a menor dúvida. Se vc não quiser acreditar, mas eu sinto isto. 





terça-feira, 15 de maio de 2012

Aconchego


Aconchego 

Me aconcheguei no seu calor. 
senti suas mãos quentes, 
acolhendo meu rosto com todo seu ardor.
Seus lábios desenhados, acolheram os meus, 
Em meio ao frio, agasalhamos um ao outro,
Entre toques de língua, os beijos soltos são teus.
Sinto sua pele a me enlouquecer de desejo, 
cumplicidade de caricias escondidas, ocultas,
pudor ignorado a céu aberto, delicias marcando o ensejo, 
roubamos a cena, fizemos amor, delírio, loucuras, doidejo. 
O tempo parou ali, existindo apenas o sublime nos alinhando, 
almas entregues ao afeto, sem se importar com mais nada, 
a não ser um maravilhoso encontro de sentimentos. 
Finalmente, os corações se assumem, se revelam,
e nada é tão maravilhoso, quanto duas pessoas que se amam
............................................ André Prado

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pedaço de mim




Pedaço de mim

Ao som do U2, vivi alguns dos meus melhores anos. As bandas cover dos anos 80, estavam estourando com as letras de Bono Voxi, explodindo nos palcos das noites de São Paulo. O principal espaço do rock paulistano se concentrava no bairro da bela vista, na rua treze de maio e centro, onde haviam espaços, como Café Piu-Piu, Madame Satã, Radar tanta e um em especial, Café Pedaço, onde conheceria uma frequentadora que iria mudar minha vida radicalmente. Era o mês de janeiro de 85, onde uma das melhores bandas cover, Columbia Rock, se apresentava nessa casa noturna. Estava com quase 28 anos de idade, um jovem sonhador, estudante de sociologia que adorava os The Beatles e os The Rolling Stones, curtindo solitariamente mais uma balada de sábado a noite. Num dos intervalos da apresentação da banda, fiquei encostado ao balção do bar, tomando minha cerveja, sempre tímido, buscando apenas um divertimento, sem grandes pretensões. Sem saber de onde ela surgiu, uma menina de cabelos cor de mel, pequenininha, vindo em minha direção, se aproximou e me ofereceu um gole de sua coca -cola e me disse, claramente sem meio termo, que queria me conhecer. Fiquei estático, sem saber o que dizer, afinal não era comum uma mulher nos anos 80 tomar a iniciativa de uma paquera tão direta assim. Ela se assustou com sua própria atitude ou será que foi com meu espanto, nunca vou saber, se afastando quase em fuga de vergonha. Segui ela até o mezanino, porque apesar do espanto gostei do seu atrevimento, puxando conversa logo em seguida .Era uma menina realmente, com seus 19 anos, vindo de um noivado fracassado, triste e a procura de uma nova companhia. Conversamos quase a noite toda, descobrimos algumas coisas em comum e a partir daí, ficamos juntos durante 18 anos e tivemos dois filhos. Felicidade? Bem, isto é uma outra história. O que valeram foram alguns bons momentos felizes , marcados pelo rock e pela juventude. Enfim, o que se leva da vida é a vida que se leva.
.....................................................................................André Prado