segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Escolha da ausência



Escolha da ausência
                                   por André Prado

Acordei com uma sensação diferente,
nova, agradavelmente surpreendente.
Me aproximei do amor, mesmo ausente.
Sim, percebi que a distância não me fazia infeliz,
porque sua lembrança é tão nítida que me bastava.
Senti desejos e prazeres criados no glamour da fantasia,
revivi as conversas demoradas e agradáveis,
contemplei a sua inteligência, sua sensibilidade,
mergulhei nas delicias de seus toques atrevidos,
com os sussurros ao pé do ouvido e sacanagens adoráveis.


Você não está mais do meu lado,
mas sempre quis te sentir por inteira,
hoje, não preciso das suas justificativas,
entendi que ser livre é sentir-se bem,
ninguém é de ninguém, diz o poeta,
mesmo quando se ama alguém,
não importa mais o que faça na minha ausência,
mesmo porque, sua presença, mesmo breve, me bastou.

Sei que suas sombras te devoram,
talvez, seja inevitável se dar ao mundo,
amar quem quiser te amar,
mas isto nunca fez parte do meu arbítrio,
não mais agora, te aceito do jeito que é.
Meu sonhos  buscam as lembranças,
sua ausência não é mais sentida,
porque sinto-a  dentro de mim,
posso fazer com você o que quiser,
te lambuzar em minhas fantasias,
te desnudar, sorrir com sua alegria,
lembrar dos bons momentos,

pois em  tempo rompido, não existe mais dor, 
não mais agora, porque descobri que seu ser é único,
não se reduz a mera necessidade, nem carência,

mas acima de tudo,  porque foi   escolha de amor. 
Minha escolha.











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