sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O operário Presidente



O OPERÁRIO PRESIDENTE


Em 1982, lá estava eu estudante de sociologia. O movimento estudantil tinha o sonho de ver esse país mudar. Aguardávamos a presença de Lula num debate, agendado pela faculdade de jornalismo Cásper Libero, ele era então o candidato do PT a governador de São Paulo. Quando ele chegou, nos aproximamos dele e conversamos por alguns minutos antes do debate. Naquela época já fazíamos parte da militância Petista, era a primeira vez que o via tão de perto. Olhava para todos com expressão séria e determinada, com suas feições rústicas de pião de fábrica e nordestino, muitas vezes sem paciência com nossas teorias de esquerda e nossa insistência em importar a revolução socialista marxista-leninista-Trotskista, talvez porque, já na época, tenha entendido o Brasil com suas peculiaridades e um rumo completamente diferente dos teóricos e intelectuais. Sua prática de vida era seu guia, falava grosso, mas sabia que o rumo desse país era um projeto de sociedade que incluia a democracia socialista. Me lembro dele até hoje com seus erros de português, seu boné e sua firmeza nas palavras e em seus ideais. A militância saiu com a certeza que ele seria governador na disputa com o já falecido Andre Franco Montoro em 1982 , na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos. Infelizmente nos desapontamos, Lula   não venceu. Mas sem perder a esperança disse a todos, companheiros, dizia ele, a luta continua! De lá para cá foram diversas tentativas frustradas, talvez a pior delas, na disputa com Collor, pela presidência, que num último momento perderíamos para o moralismo hipócrita da classe média aristocrata. Porém, como diz o ditado, "agua mole em pedra dura tanto bate até que fura" e eis que o momento conspirou a nosso favor e o ideal de ver o primeiro operário de fabrica presidente se consolidou. Ficará para a histórica a luta dos trabalhadores e a força de um operário presidente Parabéns aos militantes dos anos 80, que semearam a longa estrada para colher os frutos da vitória


...........................................................................................Andre Prado

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Senhora do destino




Senhora do destino


Estive  inconvenientemente compenetrado nesse natal, talvez pela carga emotiva que esse dia especial cheio de esperanças carrega , como se fosse um gancho prendendo seus pensamentos e sua atenção sem que você queira e, mesmo contrariado,  me vejo sendo envolvido nessa  corrente do espírito natalino. É como se fosse um campo gravitacional,  me  empurrando, com sua força,   a um mergulho pra dentro de mim e de minha história. Nada contra  o bom velhinho simpático de barba branca e  vestes  vermelhas,  que um dia exerceu  sobre mim,  forte encantamento,  em  episódios marcados pela infância de sonhos e abundâncias de uma familia de classe média dos anos 70,  porém, seguramente   me vejo  em um  novo espaço, onde  a fábula  nada mais tem  haver com minhas crenças e visão da realidade. Ficaram apenas a beleza das fantasias que vejo nos olhinhos de crianças pobres ou ricas,   buscando  o colo do Papai Noel, com seus sonhos infantis e a ternura de sua  inocência.  No entanto,  parecia que a roda da vida e o clima  religioso, insistiam   em  retorcer lembranças marcantes. Alguns acontecimentos me fizeram voltar pra dentro da alma  e me fizeram divagar. Lembranças  de uma família agregada por  valores patriarcas e moldados em sentimentos matriarcais. Seguramente minha avó materna era o centro da familia, quando a perdemos a família desmanchou- se, sua morte foi o sepultamento de tudo que nos unia. Ela era o elo que nos ligava todos os domingos, em reuniões familiares. As festas natálinas ficavam por conta dela,  uma senhora alegre, que  nos contagiava e admirávamos. Pensava o quanto a família se tornou frágil depois de sua morte.Enquanto esteve viva,  conseguiu com seu carísmo unir as diferenças dentro de sua familia.  Estava diante de um filme,  sintonizado nos  meus pensamentos,  sobre  acontecimentos que marcaram, não só a minha vida, mas  principalmente meu país. Nesse desprendimento mental recolhido,  fui interrompido subitamente, por alguns minutos, quando recebi a noticia de  morte de Orestes Quércia. Já estava entristecido com a fase delicada de José de Alencar, vice presidente, abatido pelo câncer. Passado a atmosfera fúnebre da morte da personalidade político, imediatamente retornei a minha retrospectiva,  em um passado  não muito distante. Pensei comigo mesmo, realmente não levamos nada mesmo dessa vida!  Estava diante de uma simples constatação, que muitos nunca percebem no seu dia à dia,   se fazendo  de desentendidos  diante desse  fato incontestável. A  morte definitivamente, em última instância,  iguala  todos seres vivos numa única direção.. Sem distinção de sexo, raça, cor, credo, posição política ou situação econômica  seremos sepultados pela foiçe da temida senhora do destino, independente de qualquer circunstâncias. Ela é a fiél da balança e  da justiça,   que faz  simples mortais assumirem sua espécie e sua natureza,  num único e igualitário plano. Seja um morador de rua passando frio e fome  ou  um banqueiro rodeado de seus milhões, terão com certeza o mesmo fim mortal, sem distinção ou privilégios.  Penso nas personalidades políticas que vi morrer, o inesquecível Mario Covas, admirado inclusive por nós do PT , o bom velhinho Dr. Ulisses Guimarães, o articulador das grandes questões politicas , admirado inclusive pelo  o presidente Lula e no qual teve profundo respeito,  a autor intelectual das diretas já, Dante de Oliveira, que mobilizou, através da organização política e social, milhões de esperançosos para o retorno da democracia,sem falarmos  na esperança que milhões depositaram na figura de Tancredo Neves, que na  sua morte  se quer assumiu o poder. E me lembrei da minha avó, como conciliadora. Seu semblante  marcado pela vida e suas mãos  cheia de  calos,  pela  árdua jornada de trabalho, acompanhada de seus  9 filhos nos campos da  roça, fizeram dela uma inspiração de luta e de coragem.  Talvez sua presença  fosse conciliadora,  não  necessitando alongar as palavras pelo respeito e vivacidade de seu carisma como pessoa.    Ela unia realmente a família com seu brilho e seu olhar atento, com sua diplomacia e a linguagem do coração e   com sua sabedoria maternal. Mas logo cruzei pensamentos e  em seguida, numa jornada paralela entre fatos vividos em familia e pontos marcantes da vida social e política, lembrei da conciliação nacional num momento histórico das diretas já.   E  me perguntei, por que é que em determinados momentos  a união a favor do Brasil e dos brasileiros é possível?  Lembro-me claramente no palanque todos de mãos dadas e solidárias, juntamente com Lula e os principais dirigentes do PT,  lutando pela  força da palavra liberdade. Naquela oportunidade com a derrota da emenda sob a  força da pressão militar,  todos nós estivemos irmanados e chorando pela oportunidade unica de restabelecer a liberdades democrática, que  não tinha sido possível concretizar-se  naquele dia negro. Acho mesmo,  que esse dia deveria ser referenciado nacionalmente como o dia da esperança e da liberdade, porque apesar da derrota, continuaríamos fortes até a vitória final com as eleições diretas para presidente. Falamos em confraternização no natal, mas esquecemos que a verdadeira confraternização é acompanhada de solidariedade aos que sofrem com a imoralidade da fome, com a falta de atendimento médico e com a depressão do abandono , da violência e do esquecimento  de familias inteiras. E nesse momento,  pensei na abundância e no conforto que tive quando jovem,  graças aos  patriarcas de minha família. Um contraste absolutamente cruel com aqueles que nada tiveram.  Então por que nunca vimos uma união, com a força de  mobilização Das Diretas já, com  a mesma vontade idealista  daquele porte,  em prol da solidariedade entre  políticos, que hoje são de oposição, se dispondo a dar   as mãos para erradicar a miséria social existente nesse país. Por que somente a liberdade política é importante e nunca foi acompanhada da solidariedade e igualdade social. Do que adianta pensar no status pessoal  e na individualidade  e liberdade pessoal,  se nada que adquirimos nessa  vida mos acompanha após a morte.  Grandes personalidades políticas tiveram o poder em suas mãos, muitas até ja morreram, e nunca deram prioridade para a construção de um país saudável e livre das mazelas e dos infortúnios da miséria social. Houve avanços com Lula,  eu reconheço, porém a um custo  social alto demais. Da ditadura militar  a  conquista da liberdade,  através do voto popular,  em 1982  e desse período até a eleição de Dilma já se passaram 48 anos  e, nesse tempo muito pouco foi feito para sanar os problemas básicos e fundamentais da pessoa humana. Eu entendo que foi uma herança maldita que Lula recebeu dos ditos neoliberais tecnocratas,  que nunca tiveram a visão humana. Os adeptos do liberalismo econômico esperaram  a miséria social se agigantar e nos prender a todos com seus tentáculos, dando margem para  organizações e milícias criminosas, se apoderarem de nosso espaço sagrado,  para entenderem que a liberdade sem bem estar social são incompatíveis. Pois, se fossem criadas as condições para a prosperidade de todos indistintamente, talvez não tívéssemos que invadir complexos ou morros da vida. Talvez, muitos não teriam morridos em vão.   Possivelmente, muitas vidas corajosas não seriam assassinadas pela terrível ditadura militar. Quem sabe o desenvolvimento intelectual do brasileiro estivesse acima da média nesse momento. Mas por mais que exista a força do poder político, nada escapa da morte e tudo que fica é apenas as lembranças daqueles que foram bons e que de alguma forma contribuíram para  o crescimento pessoal do outro. É nesse final de estrada,  que cada político deve lembrar que atrás de si,  pode ter deixado seu rastro de mortes ou de vidas. Pois eles também são mortais como todos nós. E de nada adianta o poder que lhes foi conferido,  pois depois da  morte eles não poderão legislar  em causa própria  ou governar para sua clientela de poderosos. Estarão sepultados como qualquer um de nós, quando chegar a hora. O que ficara é a memória dos heróis mortos ou das personalidades que se comprometeram com a liberdade e a justiça social. Minha avó, como conciliadora em sua ternura,  com certeza,  é a heroína que permanecerá eternamente na minha memória.


.....................................................................André Prado 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ROCK SEM PRECONCEITOS


ROCK SEM PRECONCEITOS 


O Rock não é apenas um gênero musical, que se desenvolveu durante e após a década de 50, foi mais que um estilo. Não é só  mera constituição de um vocalista, um baixista, um guitarrista e um baterista. São músicos que possuem filosofia de vida, antes de mais nada.Desde a década de 50 seu ritmo é multi-racial, pluralista  e inovador, liberando uma nova forma de lidar do jovem, que se via cercado por tabus e regras estúpidas,  pois surge com a idéia de expressão livre,  transbordando de rebeldias e aspirações,  de mudanças  nas convenções arcaicas de comportamento social. Nos anos 70 queríamos a sociedade alternativa, sem guerras e violências no mundo, era a lógica da Paz e do amor, de uma sociedade com expressões carregadas de vanguardismo, cujo as necessidades individuais estavam em destaque. Uma expressão que se deslocava para a política, com movimentos de repudio as ditaduras, a fome,a miséria humana e ao preconceito racial. No expoente dessas bandas,  os lideres roqueiros, sempre tiveram a capacidade de captar a mensagem  universal, com atitudes de inquietação e coerentes com nova proposta da juventude revolucionaria, inconformada e atuante, querendo um mundo de mais paz e igualdade. Muitos deles, tiveram a competência de expressar através de suas musicas, as profundas mudanças de seu tempo. Quando falamos de Elvis,  John Lennon, Paul McCartney, Mick Jagger, Keith Richards, e mesmo lideres dos anos 80, como  Bono Vox,  Sting, Cazuza,  Renato Russo, todos tinham em comum uma coisa,   a liberdade de movimentos e a transformação de conceitos  ultrapassados e a defesa das idéias  humanista.  Portanto o Rock é a pura expressão da mudança  e da justiça social. Pelo menos é assim que vejo o Rock.  Hoje em dia, com o advento da internet, diversas bandas menores,  que tocam na noites afora,  tem sua pequena popularidade,  medida pelo números de seus seguidores através do orkut, facebook, twitter e outros.  Na minha opinião, não deixa de ser uma responsabilidade o trato com essas comunidades e as idéias perpassadas, pois antes de mais nada, esses grupos que se dizem bandas de Rock,  tem a responsabilidade de representar a força de um movimento, que durante varias gerações,  esculpiu e continua esculpindo, no cenário mundial avanços comportamentais de uma galera muito jovem. O Rock é ainda o ícone de grandes mudanças e represnetações da idéias inovadoras.  Por isto,  quando vejo um lider de uma banda cover, que faz um relativo sucesso nas noites paulistas,  tendo uma postura  incoerente com a proposta roqueira fico deveras chocado. Considero que antes de sermos roqueiros , somos seres políticos,  ainda mais   na arte , onde a voz se faz presente no meio artístico e entre seus seguidores ou fãs. Sendo assim,  qualquer declaração que deixe transparecer preconceito, seja de raça ou de etnia é algo fora do contexto  da proposta que o rock sempre prezou. Em um desses momentos, em plena campanha política,  vi uma afirmativa, infeliz de um lider de uma banda cover,  bastante conhecido no meio,  que  decepcionou e me deixou aborrecido pelo ironia e pela afirmativa carregada de preconceito. Denominou  o Presidente Lula de ignorante,  em plena rede de internautas,  talvez,  por julgar que ele  não tenha instrução universitária.  Pasmem vocês, que em pleno sec  XXI, ainda existe gente que considere o núcleo do conhecimento,  apenas nos círculos  fechados  do ensino oficial. E que a experiência de vida, nada valesse,  diante das conceitos teóricos dos nobres catedráticos de gabinete. Da mesma forma,  que ser nordestino seja um crime e um pecado capital, na concepção arcaica desses pensadores de museu. Se isto fosse dito por uma senhora das ligas católicas ou por alguma dondoquinha da alta sociedade, eu entenderia. Já que os parâmetros das mentes velhas sempre esteja ligado a regras de direcionamento conservador  e em defesa do Status pessoal. Mas um lider roqueiro, falando como  nossos avós,  isto deveras me chocou. Sempre penso na liderança roqueira, como  aquele que seja um porta voz  e que  reflita a  visão futurista, com avanços significativos do grupo e da sociedade, estando  em evidencia ou não no cenário nacional. Não posso admitir que no Rock exista uma mentalidade tão pequena e retrógrada  que limite o comportamento humano,  apenas aos seus conhecimentos e não a sua capacidade de mudar o meio em que vive.  Lula foi esse homem, apesar de não ter a "cultura teórica" que as elites sempre fizeram questão de exigir, ele tem a cultura popular que fez dele um professor  e ensinou milhares de lideres a fazer  a  política do social,  fazendo com que seu nome fosse  reverenciado por abraçar as causas em favor dos mais humildes. Acho que é por isto que estas mentes engessadas nunca engoliram o lider dos trabalhadores, porque  nunca foram capazes de serem evidentes em suas capacidades humanas,pensando apenas no seu ego pessoal.


.........................................................................André Prado


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Um Passeio pela Surrealista Vila Itororó - O velho Bexiga que eu amo!







Um Passeio pela Surrealista Vila Itororó

Arte e beleza disputam lugar com a

sobrevivência na primeira vila de São Paulo

*Por Luciene Cimatti







Fotos: Luciene Cimatti
Avistei encantada o palacete que anunciava a minha chegada à Vila Itororó, a primeira 
vila da cidade de São Paulo, hoje divulgada   como uma das atrações do bairro da Bela Vista,  o Bixiga. Caminhando pela rua Martiniano de  Carvalho, logo saltam aos olhos as estátuas e  colunas do casarão antigo, que destoam  do restante do local. Depois do fascínio inicial pelo porte da  construção monumental que um dia já foi  luxuosa, a realidade surge subitamente,  destacando o abismo entre o auge do passado  e a degradação do presente. Assim como eu,  havia no local alguns visitantes despreparados,  sem entender bem o que é a Vila Itororó hoje,  ou o que restou dela. Um cortiço pra lá de  extravagante.
O portão está aberto e desço a escada que  dá acesso à vila. Deslumbrada com os detalhes  da construção antiga, que traz esculturas de  animais, deusas e rostos, lembrando um templo  grego, e chocada com a pobreza do local,  vou descendo e fotografando.

Vejo mulheres lavando roupas, crianças brincando,   cachorros correndo, mães levando os filhos para a  escola, outras pessoas saindo para o trabalho, alheios  ao pedaço da história que sua vila carrega. Não deixo  de me sentir uma invasora, bisbilhotando o cotidiano  dos moradores. Mas percebo que parecem estar  acostumados, já que olhares curiosos estão sempre  presentes por ali, tentando entender o contraste  dessa realidade.
Hoje em ruínas e correndo o risco de desabar,  apesar de tombada como patrimônio histórico,  a Vila Itororó foi construída em 1922, pelo  imigrante português Francisco de Castro,  que a planejou e edificou com materiais de  demolição. A construção localiza-se na antiga  nascente do riacho Itororó, que formava um  vale com o mesmo nome.

 A vila representava o apogeu do bairro da Bela Vista,  com 37 casas menores ao redor de um palacete de  quatro andares, a primeira residência particular a  possuir uma piscina na cidade, conhecida como Casa  Surrealista, pela ousadia da construção. A maioria   das estátuas e colunas foi reaproveitada a partir  da demolição do teatro São José, um dos primeiros de São Paulo.


Após a morte de Francisco de Castro, na década  de 1950, a vila foi leiloada e arrematada por credores. Mais tarde, o conjunto foi doado a uma instituição  beneficente, que ainda é considerada sua proprietária.  Hoje constam que mais de 70 famílias habitam o local  em condições precárias, algumas em casas mantidas  pelos próprios moradores, outras em cortiços, em casas  subdivididas por placas de madeira e papelão, onde vivem  há muitos anos. Apesar de haver por volta de 200 moradores na vila,  tenho a impressão de não estarem receptivos para  falar sobre a situação do local. Tento fazer um contato, mas os olhares se desviam e todos parecem ter pressa  ou estar ocupados. A Secretaria de Habitação declarou em 2005 que a  Vila Itororó faria parte do Programa de Recuperação de Cortiços, e em 2006 foi anunciado que seria criado  um pólo cultural na vila, pela Secretaria Municipal de  Cultura, com espaço para atividade de educação,  cultura, turismo e lazer. No entanto, o que se vê  hoje são imagens de descaso e abandono, com  pedaços do passado sendo lentamente apagados  da memória da cidade.

*Jornalista e professora de inglês
Quem é a colunista: Alguém que adora animais, escrever, 
fotografar, passear por aí.
O que faz: Jornalista e professora de inglês
Pecado gastronômico: Todas as massas e muito chocolate.

Melhor lugar do mundo: Minha casa ao lado dos meus bichos. 
Ah e tem também a praia de Garopaba em SC.

Fale com ela: lcimatti@gmail.com

 

sábado, 4 de dezembro de 2010

PEDESTAL DE CRISTAL





PEDESTAL DE CRISTAL

Tem certos momentos que voce precisa parar  e pensar. Que me desculpem minha falta de modéstia, mas num desses muitos momentos e  numa fração de segundos, uma  única frase fez a diferença, revelando  a verdadeira  personalidade de uma pessoa. O problema é quando essa pessoa é querida, ficamos impontentes diante de tamanho choque. Lendo o email, de uma menina que eu considerava encantadora e apaixonanante,  me chamou a  atenção sua  frase sem sentido  para o momento. Me fez refletir. A frase me  instigava,  alguma coisa estava estranha no ar. Dizia ela:  "cuidado a quem voce vai enviar... Afinal, não sou tão querida assim.....rsrs". Fazendo referencias a manifestação de afeto e paixão enviadas por mim através de um video que eu havia produzido para surpreende-la. Realmente, sabia  que a menina dos meus sonhos   tinha  problemas de relacionamento, mas até então acreditava que era por pura convicção. Mas nesse momento a frase me parecia fora de sintonia. O fogo não era algo prazeroso entre nós, mas fora e acima dessa relação. E, sinceramente me senti um peixe fora d'agua. Percebi, claramente,  nesta frase um  tom sarcástico e irônico, de quem tem um certo prazer em ser vista com desafeto. Me perguntei  Porque? Ao meu ver existem alguns motivos para que uma pessoa seja vista com desafeto: Falhas de caráter incompatíveis, contrariedade de interesses ou ser invejada.  Creio que contrariedade de interesses e inveja não fazem parte desse contexto. Eu digo incompatíveis, quando existe ameaça do sujeito se sentir em harmonia consigo mesmo. Mesmo porque, nunca acreditei numa relação maniqueísta do ser humano. Todos nós temos algum  traço de falhas, por puro egoísmo ou fraqueza. Portanto, todos tem dentro de si maldades  e  virtudes. Admiração ou revolta por pura inveja. Eu mesmo me espelho em Nero , quando alguém subestima minha inteligência. Fico irritado e contrariado.  A diferença é o grau que isto venha  prejudicar o outro. De experimentar o poder sobre o outro. De manipular ou outro em seu proveito. Isto para  mim é gravíssimo. 
Naquele momento, lembrei-me de uma crônica, muito bem escrita pela menina dos meus sonhos,  sim, dos meus sonhos por que não?  Pois quero acreditar  no que ela tem de melhor. A mesma  menina  revelada  em seu blog, seduz com as palavras brilhantes e com uma personalidade firme e marcante, mas paralelamente se senti invadida   acuada pelos seus desafetos. Foi então  que me lembrei de uma passagem interessante e descritiva de umas de suas histórias de vida. A passagem faz uma referencia a sua  personalidade relatando a experiência como atriz. Na crônica, a menina autora descreve com riqueza de detalhes seus ensaios  e como descobriu  o seu potencial na arte dramática. Logo depois da atuação, num sobressalto se revela  a certeza de seu diretor, que segundo o trecho,  escrito por ela, intitulado  Nasçe uma atriz,  ele  diz: " Eu sabia que morava mais alguém aí dentro " Se referindo a personalidade dessa garota brilhante.  Como não há conhecia  completamente e sempre a  achei  uma dessas  flores que escondem  mistérios, só poderia  ter seu blog oficial,  como referencia, aliás uma fonte  linda e maravilhosa. É nela que depositei completa confiança e me apaixonei. A autora que aqui me refiro e que conheço  pessoalmente, se mostrou uma poetisa e uma cronista, inteligente, com um fogo e paixão pela vida. Foi por este lado de sua personalidade que me apaixonei. Capaz de sensibilidade tamanha. Mas a frase combativa soava  solta como um martelo, prestes a quebrar minha cabeça, aquele "Cuidado  a quem vc vai mandar...afinal não sou tão querida assim, rsss", me espetava como se fosse um espinho. Estranho como uma pessoa querida por mim e que recebe carinhos naquele momento possa pensar em revanchismo. Pensava,  que  estivesse feliz por a manifestar  meu carinho. Mas aí venho o estalo  cerebral, rss. A primeira parte da frase manifesta preocupação com o outro e a segunda consigo mesma. Analisem  a frase. Foi aí que o castelo de areia se desmanchou, pisoteado e desprezado. Dei um ponto final na minha fantasia.  Não admito manipulação de espécie alguma.Naquele momento percebi que ela não estava pensando em mim, mas no que os outros pensavam sobre ela. Isto depois venho a ser confirmar, não só com palavras, mas com atitudes de ausência.  Não é aos outros que manifesto uma paixão, e sim a ela. Sem que ela soubesse, estava também e espontaneamente, me tornando mais um de seus desafetos. E no decorrer de mais alguns momentos pensativos, depois que me conformei coma as ruínas do castelo de areia,  pensei comigo mesmo, num reflexo meramente dedutivo, se não seria esse  sarcasmo com seus desafetos pura vaidade? Sim porque manipulação é o mecanismo da vaidade. Mas porque se envaidecer com os desafetos??  Existem pessoas que vêem na controvérsia uma fonte de destaque e nisto se revelam as personalidades egocêntricas. Elas se consideram fortes, mas na essência são frágeis. Uma projeção invertida para ser o centro das atenções, por não conseguir transformar em realidade, dentro de si,  os seus desejos e suas inspirações escondidas em teóricas produções literárias. Nessa experiência como atriz,   a atenção de seus espectadores, pode servir para estimular o amor ou a  vaidade. Tudo dependerá da personalidade e de seu equilíbrio, e pode reproduzir na vida real uma personagem. A questão é a escolha do poder. Poder para criar ou destruir.  Mas afinal quem chama mais a atenção a vilã ou a mocinha como protagonista na vida. Não estou dizendo que exista nesse caso falsidade, muito pelo contrário diga-se de passagem. O anjo que  mostro na abertura do meu blog,  quando visto bem de perto, revela uma projeção mais próxima da realidade  humana, os contrários que existem dentro de nós.  No entanto,  todos nós inconscientementes temos essa questão na forma de experimentar o poder. De um lado a ingenuidade da pureza e  da bondade  de outro a sombria face da maldade e manipulação.  E cada um experimenta como acha mais conveniente.  Muitos com certeza acham  conveniente representar a vilã de um grupo social, isto exerce uma tensão  e atenção das pessoas que a cercam  e de certa forma envaidece, pois experimenta a falsa sensação de  "independência" e poder. É como se a pessoa dissesse: "Eu me basto." Por isto que eu acho que o tablado do palco possa servir como alerta. Em dadas circunstâncias, a personalidade egocêntrica expressa através da arte uma representação no seu cotidiano revelando  a atriz ou ator fora dos palcos, e quando escreve no circulo fechado, no silêncio de sua privacidade e  numa revelação consigo mesma,   apresenta a sua verdadeira essência interior. Porém, sempre  numa disfunçao com a realidade.  Um  dado momento  se torna  imponente, em outra uma pessoa carente. O perigo do anjo teatral ,  é viver a sua verdade  na  literatura e ensaiar a vida fora do  palco, no fim existira sempre o sentimento de solidão.  Pois tanto um como o outro,  perdem o  contato com a realidade. Não se senti feliz, mesmo com suas maldades. Tenho pena de pessoas assim, pois não conseguem experimentar o sentido da verdade e do amor dentro de si. Se colocam num pedestal de cristal, prestes a se despedaçar pela pressão e o peso de sua vaidade. A estas desejo não só mudanças, mas a cura, pois são doentes da alma.

.................................................................................Andre Prado

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Boteco da Política, religião e futebol.








Existem certos conceitos que não dão para entender. Quem disse que Política, religião e futebol não orna com cerveja e butiquim. Bem, religião ninguém merece mesmo discutir, porque apesar de existir varias versões fundamentalistas , radicais ou moderadas, sempre acabam em pizza, caindo na mesma mesmice do culto ao ser supremo. Chatisse daqueles que não se conformam com a morte, e querem sempre se perpetuar viajando em outras dimensões, antes do tempo. Princípios a parte, acho mesmo, que todo religioso no fundo é um pouco suicida, porque sempre idolatra e anseia o mundo "supremo" e o lugar daqueles que já se foram. Tenho a impressão estranha e mórbita, dito pelos afoitos e deliciosos amigos, de que lá é sempre melhor do que aqui, pois ninguém desses fervorosos religiosos ou espiritualistas, como gostam de serem chamados, sabem exatamente descrever o que seja essa dimensão do "paraíso". Apenas dizem sem explicação convincente que é melhor, e pronto. Segundo os fervorosos, não existe fome, desabrigo e nem dor. Bem até que enfim,pelo menos parece que existe alguma justiça social no alto da compadecida. Mas não sei não, ser humano sem sua humanidade, pra mim é abstrato, algo sem sentido. Estranho mesmo, tirar o prazer de ir ao banheiro e mandar o famoso fax, retirando o alivio gostoso dos mortais é algo cruel. E o pior dos absurdos, é que alguns que se dizem estudiosos no assunto, afirmam que lá só existe tempo para o trabalho evolutivo e que, na pausa da atividades árduas do astral, ainda se dispõem a descer aqui nesse velho mundinho de expiação. Como são caridosos não é gente, ajudam os seus irmãos, menos evoluídos e necessitados de graça. De graça???? Espera aí, assim não dá! Se é para trabalhar fico por aqui mesmo, afinal temos folga, férias, 13 salário, carga horária definida e somos remunerados pelas tarefas mossas de cada dia. Claro que é importante o trabalho voluntário e dar assistência aos carentes e aos injustiçados, faz parte do senso humanitário e da construção de um mundo melhor, mas sempre espontaneamente e na medida de nossas possibilidades. Me parece ser mais justo e realista. Se existir o "lá", e não me pergutem onde, sei lá onde é, pois na verdade nem tenho interesse em saber, prefiro descobrir o meu mundo nessa dimensão, que ainda tem muitas questões a serem discutidas. Porém quando eu fizer a passagem e se existir esse portal, quero com certeza a justa aposentadoria e férias permanente. Trabalhar é bom, mas trabalhar demais é desespero. Não necessito de tanto para manter minhas necessidades. Agora, se nesse céu das santas almas, existir a fadiga do stress causada pela sobrecarga e pelo excesso de trabalho, não acredito que exista algum orgão parecido com a previdência social para nos assistir e nos dar licennça trabalhista, pelos danos espirituais causados. Em sendo assim, com certeza renuncio a esse privilégio e prefiro ir para o inferno, quem sabe lá nesse outro lado, digamos mais quente e apimentado, eu encontre de verdade os meus iguais. Bem, não tão iguais assim, não é. Gosto das curvas suaves e da pele macia do sexo oposto. E o mais assustador, segundo alguns, não existe necessidade do desejo vil. Caramba, viver sem sexo isto é loucura!! Acho que lá, os sexos dos anjos devem ser carentes, debaixo daqueles camisolões brancos, acessório que mais parecem roupas de dormir da idade média, descritos pelos que imaginam as almas boas e puras nos seriados, cinemas e novelas de tv, todos muito iguais e sorridentes em plena convivência harmônica. Me lembro de um filme holiudiano, Cidade dos anjos, onde um ser dos céus, renuncia sua condição angelical e se torna um mortal, para viver um grande amor sexual. Bobo ele, não!!! Foi seduzido pelos sabores e pelas curvas sedutoras dessa terrinha azul, não muito evoluída, segundo os Teólogos e espíritas, para se entregar aos prazeres da carne. Que sacrilégio!! Trocar a evolução espiritual, a irmandade e o convívio harmonioso, pelo desejo ardente, pelo pecado, pela sensação de prazer, uau...pelo calor delicioso e infernal da cama, ao invés das nuvens frias e os oratórios da luz divina.. Opa, estou com ele e não abro. Pois é, aqui ainda temos sexo!!Lá nem isto é possível, pasme os senhores. Os anjos devem ter ciúmes dos mortais, talvez por isto, alguns deles se revoltaram com Deus. Óohhhhh Deus, até nos céus temos castração e repressão sexual, já não basta nesse nosso mundinho cheio de puderes falsos! Se vocês imaginarem um pouco mais, parece um convento misto de entidades não identificadas. Todos são chamados de irmãos de fé. Deve ser estranho, irmãos pra cá, irmão pra lá, se vestem de branco, que coisa, ainda existe pudor nesse mundo astral, pensava que todos estivessem nús como os índios, pelo menos seriam mais naturalista. Afinal, se ainda existe o corpo astral, pra que tanto pudor, não é verdade. Dizem que é para se adaptarem ao novo mundo. Pombagira, pra não dizer outro palavrão, desculpem, até nos céus temos condicionamentos e integração social. Provavelmente deve estar faltando a contra-cultura lá. Cadê os jovens anjos rebeldes, não agitam não? Deveriam estar gritando, "anjos rebeldes unidos jamais serão vencidos", quem sabe mudariam o sistema de exploração do trabalho angelical. Conquistariam, carga horária definida de trabalho e recompensas justas de acordo com a mais valia espiritual. Afinal, tudo cansa nesse universo. Graças à Deus eu sou ateu. Mas, ainda prefiro o barulho da rezas e dos atabaques macumbeiros, do que o silencio da mordaça e da intimidação ao culto religioso. Mesmo porque respeito as diferenças, de vez enquando sacaneio é claro, como agora, mas tenho bons amigos que acreditam num ser maior. Digo amém a eles e vamos que vamos,com cerveja e um bom papo. Bem, numa mesa de bar, na roda de de bons ateus, isto nunca teve muita importância mesmo. Consideramos isto o ópio do povo. E por ateu, entendam que somos fervorosos adoradores do ser humano, com pés na terra, acreditamos que o mundo deu saltos espetaculares graças a ciência e a inteligência humana, e que apesar das contradições desse ser muitas vezes estranho, ele pode ser algo muito melhor se usar o poder para criar e não para destruir a natureza e os de sua espécie.
Bem, onde estávamos mesmo, ahhhh sim na política!! Gente quanta confusão nesse meio, parece que política é um objeto voador não identificado. Não!!!!! De maneira alguma, senhores e senhoras, não é o ET. É merda mesmo, que voa pra todos lados. Ataques daqui, ataques de lá, digo lá querendo dizer aqui, ou melhor, quero dizer desse lado da terrinha e não após a morte..... há deixa pra lá, , esse capitulo já foi encerrado no parágrafo anterior. Na campanha política desse ano, fui adorado, recebi milhares de e-mails malcriados e ordinários de todos os cantos, venho até de Portugal, pasmem!!!!!!!! Sou conhecido internacionalmente, pois, pois raparigas, é nóis. Nessas eleições nunca vi tanta sujeira e sacanagem juntas. Como o ser humano é capaz de ser arcáico e despreparado para discutir política. Nos meus velhos tempos de facul, onde tínhamos voz ativa e quebrávamos o pau literalmente nas ruas pelo que acreditávamos, sempre havia o respeito entre varias tendências. Mesmo numa roda de bar, conversarvamos sobre as coisas atuais numa sociedade fechada pela repressão. Lá estávamos, os amigos numa mesa de bar, de um lado os que acreditavam no projeto da convergência socialista, de outro comunistas do movimento Revolucionário 8 de outubro , os independentes anarquistas, sim eles existem como não, e aqueles claramente capitalistas. Todos conversando despreocupadamente. Bem a mim vocês já conhecem, aos outros vou dar nomes fantasias para não comprometer e não ser acusado de invasão de privacidade. Ahhh, essa tal de invasão de privacidade, só me invadiu de raíva e nojo, isto sim. Eu, estudante de sociologia, mais conhecido como burguezinho, já que todos achavam que eu tive berço de ouro, e ainda, de modo desaforado, um torcedor sãopaulino , Henrico Fidel, estudante de jornalismo da Gasper Libero, corintihiano éramos de tendência pró Convergência Socialista, que contradição histórica esta, pó de arroz do morumbi, unidos a massa da fiel, que chique hein, o lema era "torcida unida jamais será vencida", Sebastian baião, santista, nordestino de nascença e paulista por adoção, gostava de pescar, mas de preferencia sereias, este não era nada político, não tinha ideologia, o negócio dele era cachaça, mulher e moda de viola, apenas fazia o coro dos independentes e pragmáticos, Dr. Zé Hyder , estudante de medicina, fazia o tipo cara amarrada, intolerante as burrices humanas e irônico com aqueles que afrontavam sua inteligência, palmerense e declaradamente, para não dizer descaradamente, capitalista, também não posso deixar de destacar o gay de nossa turminha, o conservador John Whim, que teve coragem de se assumir e se revelar a Mr Hyder mas que infelizmente foi mal compreendido, por puro machismo, e finalmente, o filho da mooca, esse era anarquista graças a deus, estudante de jornalismo Pedro palito, chamado assim porque de costas ou de lado não mudava absolutamente nada. Ahhh, tínhamos também na roda, a força feminina, Se bem que as  mulheres não gostavam de discutir sobre política,  acho que até hoje não gostam, mas só o fato de manifestarem a sua rebeldia e o seu inconformismo consigo mesmas e com o mundo a procura de liberdade e de espaço já eram fatores de insatisfação cultural. A busca por uma  identidade livre e nova era  uma constante entre as meninas.   Rita Acne, chamada assim, claro porque a pele do rosto da menina mais parecia um queijo suíço, com crateras generosas, tinha uma personalidade forte e independente, Luluzinha hippe sempre na paz e amor e com bom baseado do lado, buscava novas experiências e tinha coragem para correr  riscos na tentativa de ampliar sua sensibilidade, talvez para se conhecer melhor ou simplesmente curtir, não que ela fosse a única , porque o baseado corria a solta entre nós, afinal todos éramos muitos jovens e a coisa não éra tão feia como hoje em relação as drogas, e por fim, a feminista dominadora Mirian cavalgada, que segundo seus namorados gostava de montar em cima dos meninos para seu deleite e prazer orgâsmico. Ehh roda pião!! Pois bem, nos reunimos sempre num boteco chamado bar do norte e sem frescuras, nunca tivemos preconceitos com nossos irmãozinhos cabeças chatas, tomávamos cachaça do tipo pinga coquinho e caldo de mocotó regado a muita cerveja, éramos jovens pingusos e com muita honra. O negócio e o seguinte companheiros, dizia Henrico Fidel, falava com a força da foice e do martelo, o corinthias é o time do proletariado, Marx já dizia que a massa empossada da força de um ideal, passa como um rolo compressor sobre o opressor, portanto vamos massacrar o palmeiras. Time que naquela época ganhava todos os torneios, com a famosa academia. O descarado discursava com imponência,  mas quase sempre acompanhando com o olhar e com um sorriso malicioso, nas  curvas lindas dos peitos generosos da mulher que estivesse a seu lado. O danado era tarado mesmo , quando se tratava de sexo parecia um cachorro sedento, uivava e aguava de desejo. O ideal socialista era acompanhado de cerveja, sexo e futebol. Mr Zé Hyder , sempre irônico achava Utopia o ideal socialista, acreditava sempre na individualidade e na capacidade de cada um resolver seus conflitos. Entre socialistas e anarquista se tornava minoria, reprimindo as nossas atitudes de queremos transformar o mundo capitalista do julgo imperialista. Pedro Palito lutava contra a interfêrencia do Estado, querendo sua extinção e o controle do sindicalismo independente. A polêmica sempre travada entre diferentes visões políticas, sempre se deu numa boa, sem que ninguém pegasse em armas para metralhar as ideías a balas perdidas. Depois de muitas discussões de bar, íamos para as baladas e literalmente nos entregavamos ao prazer. O QG de nossas operações sexuais era dentro de do meu velho fusca 68, já que os camaradas eram duros e não podiam ter o conforto de um motél. Ahhh, se meu fusca falasse, seria um diário de promiscuidades ideologicamente sexuais. Hoje Henrico Fidel mora nos Estados Unidos, abraçado ao sonho americano. O tio San converteu esse  famoso revolucionário de botequim. Pasmem vocês. Pedro Palito é um respeitável empresário da comunicação, Sebastian Baião, empresário na área de informática. Mr.Zé Hyder coordenador e professor Universitário do Curso de Medicina e médico prestador de serviço junto a Hospitais Privados, Luluzinha Hippe jornalista e professora de inglês, John Whim profissional executivo administrativo e quanto a mim, sou poeta, escritor de bobagens e continuo sendo um boêmio incondicional


.............................................................................André Prado