domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eternamente Mãe





O mundo recomeça. Mas fica um vazio que nunca mais poderá ser preenchido, um compartilhar inacabado, um toque materno que permaneceu mutilado, uma angustia que não vai mais sair do coração, porque o tempo acabou e muita coisa ficou de ser dita , apreendida e vivida. Mas o que não tem remédio, remediado está. Isto é a vida, temos que aceitar os seus percalços, que as vezes, nos pareça sem lógica nas mentes e nos corações. Mesmo porque, nem toda a extensão conduz a harmonia. Finalmente você encontrou a paz de espírito que tanto desejou, descanse o sono dos justos minha querida mãe.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Inesquecível formas de amor




Existem dias de depressão,
vejo no espelho as linhas do meu rosto se fecharem,
prefiro ficar só, incomunicavel, apenas com essa  vontade contida,
vontade de fugir e não voltar, extrapolar  mundo afora,
buscar você em meus pensamentos e te agarrar nas minhas fantasias. 



Existem dias de exaltação,
brilham nos meus olhos a esperança,
um  desejo de ressurgir e abrir as cortinas
ver o sol brilhar e iluminar meu rosto.
você parece tão perto.


Existem dias de euforia,
quando encontro o amor que esteve longe de mim,
abraço e sinto seus lábios molhados me tomando, 
e percerbo que nos  poucos momentos que  estivemos juntos,  
saciamos o tempero e o gosto louco do desejo, 
e depois da explosão do nosso encontro,
repousa a calma e a delicia da paz em  corpos entrelaçados,
vivendo sem pudor a mais intensa e inesquecível forma de amor.


..........................................................................Andre Prado



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ainda existe vida





Ainda existe vida

Ainda existe uma luz no fundo do túnel,
bem lá no fundo, quase escondidinho,
apesar das amarguras.

Ainda existe lágrimas de emoção, veladas,
onde só o espelho sabe que elas rolam,
quando disfarçadamente as enxugo.

Ainda existe o sorriso, a gargalhada gostosa,
quando os amigos, próximos ou distantes,
fazem as deliciosas cócegas da brincadeira.

Ainda existe o carinho, quando peço
pra abrandar a minha carência afetiva,
e disfarçar a minha vontade de amar.

Ainda existe a raiva sem rancor,
explodindo nas minhas veias,
o sangue quente, fervilhando
quando vejo alguém ser humilhado,

Ainda existe a extensão em mim,
na alegria e felicidade dos meus filhos,
apesar de sofrer tanto, com ausência deles.

Ainda existe vida, apesar do revés da solidão,
que silencia um coração triste, por não encontrar,
ainda, o céu da poesia e a luz de amar a mim mesmo.

Ainda existe a esperança, perdida as vezes, por me perder.
Algo como se fosse um portal fechado,
que um dia a gente sabe, bem lá no fundo  do coração,

que a chave do amor vai abrir.

........................................................André Prado

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Os chatos geralmente são inteligentes!!!!!!!!





A primeira vez que descobri que existia alguma contradição na relação entre trabalho e liberdade foi assistindo o filme Tempos modernos, com Charlie Chaplin. Acho que apenas alguns devam lembrar. O filme apontava com propriedade o efeito da mecanização e setorização dos processos industriais extrapolando para os sociais e políticos. A partir daquele momento, percebi que essa mecanização ocupava quase todos os espaços, não restando ao trabalhador nada mais do que apertar, parafusar e se engrenar a um sistema que retirava a principal condição para o exercício do pensamento, tempo e liberdade. A atividade frenética de um operário padrão condicionado, durante horas diárias, fazia dele um mero objeto de trabalho. Sem qualquer direito a ser o sujeito de sua história e de sua vontade como ser humano. Preso a regras estabelecidas de conduta e ao mercado de trabalho, não havendo  mais independência e enjaulado numa camisa de força mental,  se tornando cada vez mais impessoal dentro de uma rotina coletiva de trabalho. As relações competitivas de trabalho, acabam por se transformar, no interior da atividade produtiva,  numa relação fechada  de poder e hierarquia, velado e sutilmente tocado ao jogo do mais forte.  Dessa época ao contemporâneo, houve um salto espetacular na tecnologia da informação. Porém, existe certas práticas que o tempo não apaga, muito pelo contrário acentua cada vez mais. Não sei se o leitor está lembrada, mas descrevendo a cena ,  o personagem representado por chaplin (Carlitos), era um trabalhador operário, que de tanto repetir o processo de trabalho, com ferramentas de uma máquina de produção em série,  saia apertando parafusos no término de seu turno e fora do seu trabalho, uma espécie de reflexo condicionado da mecanização do seu oficio repetitivo.  Um condicionamento que passava do campo do trabalho,  para as relações sociais diversas, no campo psicológico. Uma extensão do comportamento e a prática transportada para o social. E é nesse tempo, inclusive, que o patrulhamento patronal, através de encarregados, verdadeiros feitores, se incumbiam de controlar e censurar qualquer tipo de  manifestação espontânea  durante o trabalho. Portanto,  uma prática que caracterizava e ainda caracteriza,  os vencedores tiranos na linguagem de que os fins justificam os meios. Se bem, que tal visão, na prática, nunca se mostra como realmente é, por se contrapor a figura da formalidade  ética e da moral burguesa.   Os tempos mudaram, houve avanços incontestáveis, mas a prática da censura ao pensamento permanece, com uma nova roupagem, "individualidade" e "privacidade", na realidade uma fachada para esconde o individualismo privativo. A personalidade humana se molda aos princípios do poder, achando que com isto ganha liberdade de movimentos. Se dentro das empresas existem regras claras pré-estabelecidas de comportamento para que haja ordem, fora dela, isto se estende, com uma conduta apreendida e reproduzida na hierarquia do poder dentro das empresas, formando  uma personalidade limitada a censura individualizada,  que se apresenta com a sutileza  de um direito de negação a abertura, invocando para si um espaço, chamado "invasão de privacidade" para  não ouvir qualquer versão que fira as concepções da individualidade e dos interesses do censor. Uma espécie de casulo para se esconder da liberdade de opinião, tal qual o superior hierárquico se protege invocando a sua autoridade numa discórdia de opiniões, se valendo da censura e de seu status de força.  É a forma mais obsoleta  de vaidade pessoal, porque teme a inteligência ou a visão diferente de quem está a frente de seu tempo. Uma rede formada de  mentes conservadoras, que não tem a capacidade de gerir nada diferente  da sua opinião pessoal. Uma aversão aos  que podem ver o que o censor não quer e nem se incomoda em ver. Uma barreira a  quem seja diferente e queira manifestar isto no meio social.  Uma espécie de sistema de segurança contra os indesejados questionadores.  A idéia inflitrada em décadas passadas permanece até hoje, com o mesmo e velho refrão de museu, estampado na sociedade capitalista, "tempo é dinheiro" fazendo parte da filosofia da mediocridade, daqueles que julgam que pensar demais ou não pensar igual a as velhas concepções  do censo comum, é perda de tempo e  coisa de vagabundos, porque não produz riqueza ou bem estar. A inteligência é um exercício natural do pensamento, já que nascemos todos em condições de igualdade no que se referi a capacidade de pensar. Se bem que é verdade que as condições e o meio em que se vive possam alterar a normalidade e a naturalidade do cérebro pensante. Numa conversa que tive com um amigo no orkut, trocando idéias sobre Nietzsche, um pensador que conheço muito pouco, para não dizer quase nada, infelizmente reconheço que deveria saber mais sobre a idéia dos ídolos com pés de barros, que me pareceu muito interessante no filosofo. Nesse ínterim, surge uma mensagem de uma internauta, talvez desinformada do assunto, que achei muito irônico, mas que reflete muito bem a incapacidade das pessoas entenderem o que seja o pensamento crítico. Como se fosse uma bofetada mal dada nos pensadores,  desfere a seguinte mensagem: ".."....Belo texto ! Deveríamos gastar mais tempo vivendo e menos tempo filosofando sobre como se deve viver....". E foi nessa frase instintiva e imediatista que pude perceber a cisão dos novos tempos, a praticidade da vida é algo muito mais importante que o ato de pensar sobre a vida. Segundo as novas gerações a vida é curta e devemos vive-la intensamente. Não tiro a razão dessa idéia,  porém o que nunca entenderam é que a filosofia faz parte do cotidiano humano. O pensamento crítico faz parte da inteligência e do saber. O questionamento é,  bem  conduzido, é a mola da reflexão e uma valiosa contribuição para as mudanças, se estas se fizerem necessárias.  Em decorrência de que "tempo é viver", esquecem que viver também é pensar, debater, extrair e aprender e principalmente ouvir seu oposto.  Nesse sentido, pressupõe-se que o medo da inteligência é antes uma mordaça daqueles que não querem pensar e sim agir, fotografar paissagens sem ver nada além de formas estéticas e bonitas, ignorando o que é feio na sociedade,  saborear um café e ficar sentado num bar, divagando e se  apropriando de um espaço privativo, sem querer entender nada além de suas necessidades,  tapando os ouvidos com fone e cantarolando alto,  para não ouvir e nem ver a realidade dura e cruel do seu semelhante. É evidente que os momentos pessoais e íntimos devem ser respeitados,  mas provar para si mesmo que é capaz de  liberdade pisando em ovos,  satisfazendo a urgência de seus interesses , agindo a favor  do conjunto da mecanização social, onde  a velocidade da ação e locomoção, fazem  parte da competição e da conquista vitoriosa, sem ter a visão do outro,  é mera  inconsequência. É a tal histórica da competição,  do precisar de  solução  para tudo e não agora, para ontem! Praticidade desvairada. Só que os adeptos dessa corrente se esquecem que  nem tudo que é prático é legitimo e legal. Muito menos moral e ético. Pessoas assim são arrogantes, intransigentes e extremamente impessoais. Sem comprometimento com  ninguém, apenas consigo mesma.Se entendermos que a inteligência é o resultado do conhecimento adquirido e aprendido na vida prática, bem como pela abstração de teorias, onde ambos se complementam e transitam para novas formas de teoria projetadas, quando esmiuçadas e analisadas, podendo se tornar potencialmente realidades materializadas, entenderemos que os acontecimentos e a história fazem do homem um ser singular pela sua capacidade de questionar e descobrir novos universos. A aversão aos inteligentes é uma cortina de fumaça, que desde o processo de industrialização, onde entendem que o conhecimento útil é aquele que satisfaz a produção de bens e a reprodução do capital. Esses não são inteligentes, apenas obedientes.  Bem como na vida social, onde se busca apenas a praticidade sem qualquer reflexão. São apenas impulsivos e não seres pensantes.  Onde a liberdade é um fim em si mesmo, fechada e privativa, porém jamais sem ser criativa.  Daí achar que o slogan "tempo é dinheiro" e "tempo é viver",   seja o resultado da praticidade  imediata, o agir medíocre em  oposição ao pensar refletido, uma desconstrução que desmonta a mentira dita como verdade,  onde o filosofo pensador, mesmo não letrado, aquele que também tem  a escola da vida,  se atreve a questionar todo um conjunto de idéias, inclusive os instrumentos ideológicos de socialização mecanizada e toda a idéia acabada.  Por isto o medo do ser pensante, porque sua inteligência filosófica quebra os protocolos e atinge as estruturas de poder. Talvez por isto que Nietzsche acreditasse que a sociedade é uma ordem mítica, mentirosa e falsa,porque a realidade nunca foi a versão da ideologia dominante ou daqueles que reproduzem isto inconscientemente, porém essa visão de mundo é de tal ordem impregnada de preconceitos, que os inteligentes se tornam os chatos, que perturbam o sono daqueles que aceitam, sem questionar, as correntes dos ídolos de pés de barro sentados nas cadeiras do poder.


............................................................................................André Prado

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Marionetes versus aloprados







As pessoas escrevem um monte de bobagens e asneiras na internet e se esquecem que esse espaço é aberto, também, para a troca de idéias e ampliação do pensamento crítico. Uma parte significativa de internautas julgam que o tempo é medido pelo dinheiro que ganham e que seja dispendioso gastar alguns dos seus preciosos minutos para pensarmos nas coisas que nos rodeiam. Faço esse exercício diariamente e gosto de expor minhas idéias escrevendo. É bem verdade que a maioria, neste momento, nem se quer vai abrir e ter o interesse de ler o que tenho a dizer, uma oportunidade que a rede proporciona, disponibilizando um alcance para reflertimos sobre assuntos que temos necessidade de discutir. Seguramente, homens e mulheres, já até tenham deletado essa conversa, por julgarem ser muito chata e até inconveniente. Conversa de vagabundos, que não tem o que fazer, como já ouvi por varias vezes, de alguns ignorantes infelizes e com pouca massa cinzenta. Certamente, alguns ou a maioria , estejam pensando que estamos elucubrando, em cima de coisas que não fazem a menor diferença, numa sociedade que eles já aprenderam a aceitar , sem ao menos se darem ao trabalho de questionar. É bem provável que isto não interesse a quase ninguém, pois se sirvam desse mecanismo maravilhoso apenas para diversão e inconsequências. Afinal o mundo é assim mesmo, quem somos nós para mudarmos o que já está consolidado, diriam quase todos. Menos nós é claro, os aloprados em busca de informação. As minhas formulações não são direcionadas as mentes especiais, aquelas que ainda resistam, por terem uma consciência crítica e procurem sempre a informação como modo de satisfazer suas dúvidas e formar uma opinião que busque sempre sua condição melhorada e de tudo que as rodeie. Inclusive seu semelhante. O que realmente me preocupa são esses modelos que a sociedade e a mídia incorporam, usando sempre a mulher e homens como objeto de consumo, estimulando a idéia da individualidade egocêntrica e da aparência como fonte de destaque. Eu acho, que é mais um alerta, que sinto nas minhas convivências e nas relações sociais , algo que eu vejo, dentro da minha observação limitada, para que homens e mulheres não sejam levadas pela onda do fetiche que marca a ditadura da beleza, o individualismo, o amor falsificado e impessoal, numa dimensão invertida e anti-social que o conjunto da sociedade, em meio a tanta informação, produz. As pessoas não estão se comunicando, está que é a verdade. Comunicação, antes de mais nada, é uma troca que possibilita a visão do outro em meio a sociedade em que vive. A capacidade de conhecer para transformar e desenvolver o seu próprio meio. Um incremento que acrescenta e que pode perfeitamente ser divertido e ao mesmo tempo informativa, por que não. No entanto, estamos vendo uma incapacidade de avançar, apesar da tecnologia ser cada mais avançada, porque falta justamente senso crítico. Mesmo porque não interessa ao sistema cabeças pensantes e sim aquelas que contenham apenas vento, para não dizer outra coisa. Tenho visto coisas extremamente banais e superficiais,para não dizer medíocres. Não que eu não tenha essas fases, porque sou humano e cometo erros como qualquer pessoa. E uso a net também para coisas banais. Longe de mim atirar a primeira pedra e negar que eu não goste de jogar conversa fora e relaxar para variar. Mas não faço disto minha tônica de vida, essa é a diferença. Tenho uma atuação participativa e convicções muito fortes. Uso a net porque acredito que seja uma ferramenta avançada que contribui para a transformação comportamental. A eleição de Dilma é um exemplo disto. Combatemos as injurias e calunias contra ela, através do uso desta útil ferramenta e conseguimos desmentir e calar as mentiras com sua eleição. Esse espirito combatívo e o que não vejo no cotidiano das pessoas, principalmente entre essa geração mais nova e estranha que não consegue se perceber e tão pouco perceber o interior da vida fora de suas próprias necessidades. . Eu verifico isto, pela linguagem sintética e falsificada ao se dirigirem uns aos outros, banalizações afetivas, conjugando muito o verbo amor na sua forma impessoal. Como se essa relação não tivesse sujeito, apenas objetos em movimento. Algo, como se fossem marionetes impulsionados por padrões visuais, que não tenham qualquer capacidade emotiva, e só manifestem alegrias quando são capazes de se destacar de qualquer modo, colocando a chamada melância no pescoço para que sejam vistas, fazem tudo menos diversão e amizade de fato. Escapismo por todos os lados,eu diria. Isto é consequência da visão atual do glamour que todos querem experimentar. Um glamour que emburruce, ao invés de engrandecer, usando todo o meio de comunicação apenas para se tornarem visíveis pelo aspecto e não pelo conteúdo. Torna-se uma faca de dois gumes, porque as pessoas acabam apenas tendo uma relação banal e distante, sem qualquer intimidade. Por u lado podem até se destacarem, mas por outro estão sempre sozinhas em meio a multidão. As consequencias são a ditadura da beleza e a alienação sem qualquer interesse por outros lados da vida. Não se interessam pela comunicação através do dialogo, mas sim por meros monólogos compartilhados. O que vale nessa sociedade é aparecer, para crescer. Isto que me irrita e me deixa completamente abismado. Talvez por isto esteje chamando a atenção pelo fato de estarmos entrando numa geração BBB, que nada acrescenta, mas muito mais sério que isto, cabeças que procurem o prazer em detrimento do outro, através da manipulação de mentiras que passam a acreditar e pulverizar nas mentes e nos corações como verdades absolutas. Nesse sentido, vivemos um mundo virtual na vida social, fora da rede, uma interpretação de atores no palco da vida real. Algo tão alienado que provoca um escudo e desmantela aqueles, que se atreverem a serem diferentes. Um preconceito de que ser bem informado e consciente é algo chato e desnecessário. O importante, segundo esses infelizes, é não pensar muito e se divertir mais. Sem medo de errar, estamos vivendo a forma mais radical de emburrecimento, envolvendo a mais completa tecnologia de ponta, além de estarmos cada vez mais solitários em nossos gabinetes, a rede está criando o desinformação através da informática.

André Prado

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Fetiches das ilusões





Eu acho que hoje em dia o que mais se vê, são buscas de fetiches!!! Não falo só no sentido sexual que a palavra carrega, mas sim, num objeto material ao qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais, positivos ou negativos. Bem como, objetos que façam a nossa atenção se desviar fora da realidade. Estamos ao redor de um mundo da comunicação que permite isto. O ponto alto disto é o virtual. Nele, podemos tudo, temos a força de uma transformação quase que mágica, talvez a nossa varinha de condão moderna, hoje, seja o mause, um mecanismo que opera como se fosse um pó de pó-de-pirlimpimpim, onde clicamos e tudo se transforma num piscar de olhos. Podemos nos tornar mais bonitos, mais musculosos, mais sensuais, fazendo modificações com programas que reparam seu nariz , seus olhos, os seios, os gludeos fazendo uma mulher ou um homem parecer um objeto de consumo pronto pra ser devorado pelos desejos e tentações humanas. No fundo todos queremos ser objetos de desejo do outro. Um fetiche que adquiriu uma forma sofisticada. Talvez, Monteiro lobato seja a pré história dessas fantasias, que no meu tempo se operava através da imaginação, única fonte virtual. A diferença é que , naquele tempo, com a imaginação virtual infantil, nossas fantasias eram compartilhadas com pessoas reais. Havia uma troca em tempo real e palpável. Tínhamos uma convivência em tempo real. Se formos a fundo e pensarmos, o virtual da informatização, não deixa de ser uma brincadeira ao alcance de pessoas de todas as idades. Mas hoje, a velocidade desse mecanismo parece nos absorver de tal maneira, que seguramente e não tenho medo de afirmar, somos parte disto. Acho que vou mais longe, somos absorvidos quase que completamente e nos tornamos objetos de um mecanismo que foi criado para nos servir. E se observamos mais detalhadamente, a manipulação é tão ampla que o resultado final, não é sujeito manipulando o objeto, mas sim objetos que se relacionam entre si, de maneira quase que inconsciente. O virtual da informatização, antes de ser uma referencia de conhecimento, não deixa de ser uma brincadeira compartilhada num plano de fundo falso. . Porém, adultos quando se metem a brincar com um equipamento de longo alcance, podem desencadear uma solidão compartilhada. Todos isolados em seus gabinetes, muitos com a possibilidade de se passarem por outro, com nomes fictícios e que procuram projetar todo e qualquer tipo de fantasia no outro. Um fetiche eletrônico que permite a não identificação e consequentemente a liberação de todas as suas neuras e frustrações na vida real. O pior de tudo isto é que perde-se o contato real e a comunicação verdadeira, o olho no olho, o cheiro, o toque, o sabor e nos tornamos fantoches eletronicos. A pratica da convivência fica atrofiada e o resultado são multidões tagarelando isoladas e solitárias. Receio que eu também esteja incluído nessa parafernália de malucos, que foram sugados pelo fim do isolamento. Acho que a prática da boa conversa ao pé do ouvido não tem mais uso,porque as pessoas perderam a habilidade natural de se comunicarem frente a frente. E robotizados vamos seguindo nossa rotina e amargando um isolamento da paranóia desvairada. Pessoas desconfiadas, hipersensíveis frias e distantes, fingindo serem felizes para sempre.

Andre Prado

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Espelho virtual






Me vejo no espelho, sei que do outro lado é a minha imagem invertida. Somos iguais e diferentes ao mesmo tempo. No fundo daquela imagem existe a dicotomia, a minha dimensão real em contraste desta, que é o eu da maneira figurativa. Enquanto sorrimos ao mesmo tempo, um o faz pela vaidade, o outro, apenas projetado, automatiza o gesto. Me abraço com a certeza de que não estou abraçando minha imagem, refletida ao fundo sem que seja verdade. Esta apenas repete as manobras do eu, que investe em seu calor humano do abraço real, enquanto a outra é apenas uma fria e congelada imitação. Mas sei que sou eu, enquanto a outra é apenas uma abstração refratária. A outra é o reflexo de mim mesmo, sem vida e apenas virtual. Mas aí penso no referencial. O virtual não seria oposto ao real! O virtual pode ser oposto ao atual, porque o virtual carrega uma potência de ser, enquanto o atual já é (ser). Então percebo que a potência máxima de eu ser, é a essência e o reflexo da minha alma, enquanto a reprodução da imagem, é mera colagem de minha forma impressa no espelho , com um fundo sem consciência. Disso tudo dou de bruços, restando apenas o gesto de virar as costas, um para o outro e se distanciar, sem que um tenha conhecimento real do outro, até que novamente se encontrem, fortuitamente, e se estudem no espelho da vida. É assim que me sinto, quando me olho no espelho. Mais sei que o espelho me faz perceber o que sou hoje e me faz refletir sobre o que posso ser amanhã,porque ele revela as marcas do rosto e as linhas do tempo estampadas no corpo.


.......................................................................Andre Prado

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Penso logo existo!!!!!!





Penso logo existo!!! Então, se temos esta condição, por que deixar de pensar? Enquanto abstração, sem a materialização não muda nada, pois fica calado dentro de si. Porém quando transcrito em qualquer linguagem, expressa a liberdade  e pode vir a ser um fator decisivo e transformador. O pensamento é uma postura, assumida diante da vida, quando expresso abertamente e explicitado sem censuras.  Só que quanto mais eu penso, percebo, inexplicavelmente através de declarações estapafúrdias, que existam pessoas que achem que penso demais. E que o mundo é muito grande, para perdermos o tempo precioso discutindo a simples existência de uma agulha. Talvez eles tenham razão, mas prefiro pensar na agulha e não deixa-la ferir minha mente ou espetar meus olhos e cegar minha consciência. Afinal, pensar é um exercício saudável, que poucos tem o hábito de fazer. Sendo assim, meu repúdio aos magos da ignorância,  prefiro ser transformado num mico-leão-dourado ou quem sabe numa coruja, símbolo do conhecimento racional, pela estúpida mãos da bruxa Magda  Patológica, se assim fosse necessário e ainda sim continuar pensando e ajudando a mudar o mundo positivamente, do que perder a  sensibilidade e só ter capacidade de fazer maldades, através do pensamento oculto!!!!!!!!!!