quarta-feira, 19 de outubro de 2011

QUÍMICA DA CUMPLICIDADE

QUÍMICA DA CUMPLICIDADE
Por André Prado


Encantos e afetos que se misturam e se fundem. Sedução ao  Abrir a porta dos mistérios, para, em seguida,  fecha-la, no cenário de privacidade carente.  Entre quatro paredes existe um mundo de loucuras,  flagras descaradas de delicias em  ângulos e prazeres. Aquela cumplicidade à dois, manifestando  a energia  da malicia picante no ar. Onde o calor não é o do sol, mas aquele, que também aquece,  quando  o  despertar do cinco sentidos, intensamente, é percebido. Um contato que não tem limites, ondulando o sabor das substâncias,  contornos,  formas e cores. Identificam-se cheiros e fragrâncias. Levados, nas alturas,  pela vibração do momento, se desmanchando na delícia  molhada dos desejos, na percepção  de sons descontrolados, num deixar-se levar  pela corrente  de vontades não contidas, que percorre, atrevidamente,  todas as direções,  se expressando  sem pudores,   numa composição  química  entre corpos entrelaçados. Em   disparada respira o corações  ofegantes. Frenesi  dessa   doce  sensação de sermos   simples mortais de sangue quente, animais humanos,  nus,  apreciando cada momento,   contemplando a   céu aberto, sendo tomados pela a exaustão em   êxtase,   brindando a loucura da energia cintilante  e inesquecível  desse dia azul de felicidade.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dia e tempo



Dia e tempo


O sol do entardecer, acaricia o meu rosto,
seus raios banham  a cidade inteira,
o céu azul imenso, lindo se expande,
parece ir até o infinito,
onde os olhos não alcançam.


ahh, esse aconchego, sou parte desse mundo,
somos parte um do outro, cúmplices da matéria
corpos que contem a vida em si, refletem o ar que respiro
o dia é tudo que tenho, tempo em momentos,
é preciso viver, não desperdiçar  instantes,
a estrada esta aberta, um convite a breve  aventura.
É preciso audácia, arriscar-se. Não ter medo.


Tempo, tempo,tempo seu abraço me restringe,
sou mortal, tenho tão pouco em seu infinito,
sou apenas uma partícula,  em sua   imensidão,
caminho sem direção, mas caminho.
Caminho pra buscar meus iguais.
A estrada está aberta,  preciso viver.


Pessoas ao meu redor, como formigas,
que caminham em várias direções, sem se tocarem,
tão distantes,  indiferentes, na cidade de pedra.
Uma colcha de retalhos, de humanos desconexos, apenas existindo.
Olho dos lados e vejo-os tão distantes, apressados,
Figuras com expressões carregadas, indiferentes.
Mas o sol está lá, com o seu lençol de luz,
quente, banhando nossas vidas, tornando-as menos frias e indiferentes,
pessoas indo pra casa, depois de um dia de trabalho,
vagando nas ruas, sem sentido, buscando seus destinos, isoladas.


Logo abaixo da linha do  horizonte, o sol brilha,  está se pondo,
se transformando e  ao longe , se torna  degradê,
entre o azul do dia e o escuro da noite a vida  continua.
Em meio a fuga apressada de pessoas, sem pedir licença,
vai  se manifestando a  aura feminina, a dama da noite,
que encanta pela suas formas arredondadas,
surge   no crepúsculo, coberta de estrelas a  escoltar  a  lua cheia,
linda, imponente e cheia de energia,
e a vida não cessa, em cada momento estamos conexos,
estamos girando em torno de astros ou giram em torno de nós,
e o tempo urge, a  vida é finita, a estrada é breve   e é preciso viver.
..............................................................................André Prado