segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O TEMPO É CURTO DEMAIS




O tempo é curto demais!

Ah, se eu pudesse voltar atrás, talvez eu não fizesse tantas burradas na vida. Quantas vezes já não pensei nisto. Quantas vezes muitas pessoas já não se perguntaram a si mesmas. Provavelmente, alguns achem que lamentar o passado, pouco ou nada acrescente em termos práticos. Já que não  é mais possível retrocedermos para corrigirmos nossos erros. Mas,  quando se trata de auto-avaliar os estragos que a mente  equivocada causou  no decorrer de uma vida,  forçosamente  entraremos  no estado de uma consciência crítica. Completo esta semana, exatamente 53 anos. E sinceramente, senti o peso disso nas costas.  Absolutamente, pelo contrário,  não entrei em crise existêncial. Porque, minha vida toda foram altos e baixos e a crise já faz parte integrante  da minha rotina e da minha consciência.  E no entanto, mesmo assim, com todas as adversidades, sempre achei  a vida um momento mágico,  fascinante e cheia de possibilidades. E, claro,  envelhecer com saúde, faz parte desse maravilhoso espetaculo chamado vida. Crises à parte e rugas assumidas,  sem qualquer trauma, senti um peso profundo  em outro aspecto, que considero fundamental.  A  vida  está se esgotando e ficando cada vez mais curta. A estrada das minhas caminhadas,  se estreitando.  E o ponto que cheguei, infelizmente  é a lugar algum. Nenhum porto seguro à vista.   Assim  mesmo, penso ser normal as contradições de tantos caminhos,  andar em movimentos espirais, completando um ciclo  e começando outros, sem a exata dimensão do futuro. Absorvendo  com inteligência,  as contrariedades e os contratempos,  como se fosse um  equilibrista andando no fio da navalha.  Diga-se de passagem, não sou nenhuma vitima social empobrecida que esteja de baixo de um viaduto, sei que existem misérias e desgraças humanas irreparáveis. Mas, como acho que  o poder econômico e o status são  incapazes de abrandarem o sofrimento  da alma e amenizarem as tristezas do coração, prefiro acreditar que todos, sem exceção, reservando-se as devidas proporções,  estão em condições de igualdade na sensações de dor e desconforto, pois somos infinitamente humanos e emotivos. Como se trata do meu universo, percebi, talvez tarde demais, que a preciosidade  não está em nada que se compre, adquira ou qualquer  moeda de troca. Não está no consumo desvairado. Não estão nas vitórias e nas derrotas, pois estas também são passageiras. Tão pouco na  superficialidade das aparências.  Esse valor, que menciono,  é especial, vital e único. De uma grandeza ímpar, que comporta o espaço da  vivencia de todas  espécies.  Transita eternamente  e  chama-se  DIMENSÃO DO TEMPO.   Sr de todos os momentos, uma dimensão  inconfundível e um "Deus" onipotente.  Esse mesmo "Deus" é as vezes cruel, pois determina os ciclos de tudo que começa, tem meio e fim no decorrer de nossas vidas. Um "Deus" que muitas vezes, deixamos passar em brancas nuvens, sendo desprezado pela ignorância de nossa   juventude,  mas que nos anos da idade madura,  se torna precioso,  esgotavel e irrecuperável.  Não falo no sentido em tempo pra ganhar dinheiro, porque sinceramente nunca fui ambicioso. E como diz a velha frase de Rita Lee, não quero nem luxo e nem lixo. Me contento apenas com o necessário. Mas o tempo se dimensiona numa noção de grandeza,  que envolve a história de uma vida. O registro de suas contribuições como ser humano. E esse é o meu balanço.  De vez em quando,  esse balanço deveria fazer parte integrante de nossas reflexões, para nos  certificarmos do que que cada  um contribuiu para si e para os outros. Pra mim, pelo menos, sempre foi gratificante, apesar de tantas atrocidades e tanta violência e acima de todas as coisas,  acreditar no ser humano.  Não que eu seja um santo imaculado, muito pelo contrário, sou cada vez mais imperfeito. E foi por acreditar no ser humano, apesar de minhas crises, que pude encontrar nele meu refugio,  meu espaço de contribuição permanente, minhas paixões e, as vezes minha perdição. Foi nele que encontrei a possibilidade de investir emoção, carinho, amizade e amor. Mas também foi nele que eu pude desferir meu ódio, meu desprezo e minhas tristezas e mágoas. E talvez, se eu pudesse voltar no tempo, com essa expressão da maturidade no rosto  e com  um olhar mais atento, quem sabe jamais chegaria a ter sentimentos de hostilidade no coração.  Quem sabe não teria perdido tantas oportunidades para abrir meus caminhos.  Agora  sim, eu sei que o  tempo, o bem mais precioso da vida,  deve servir para  a troca de vivencias,  possibilitar uma contribuição  a quem esteja necessitando de um conforto, de uma mão amiga, na possibilidade de se estender minha visão ao outro e disto resultar no questionamento e na mudança libertadora, alcançando novos caminhos. Talvez se eu pudesse voltar no tempo, meu registro humano teria sido muito mais rico de emoções  e desprendido de noções preconceituosas e ignorantes. Só lamento que esse tempo seja tão curto,  e que nosso  campo de atuação seja tão limitado. Pois o tempo é o Sr do inicio, mas também  o  carrasco do fim. 


..........................................................................ANDRÉ PRADO



terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MEU AMOR VIRTUAL

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Meu amor virtual


Nada no mundo pode ser melhor
nem me fazer mais feliz
do que estar aqui com você
dividindo a nossa madrugada fria.
É uma incoerência quase gentil
contentar-se com pouco assim
mas esse pouco é para mim
bem pertinho do infinito.
E a cada palavra que envio
vai junto um pouco de amor
que me volta em sorrisos
mas nunca me volta em dor.
Esse clic é como a batida
do meu cansado coração
sem ele, eu acho que a vida
não teria mais razão.
E sempre que a saudade
nasce aqui dentro de mim
é só eu clicar “Mensagem”
num minuto estás aqui.
Que mais eu posso querer?
Nunca tive tanto assim
esse olhar cheio de dengo
olhando só para mim.
É uma tela, eu bem sei
não passa de virtual
porém é muito maior
que o meu mundo real.
Aqui a tristeza não fica
porque se ela insiste em vir
sem nem pensar duas vezes
eu clico no “excluir”.
E vou salvando você
cada vez mais, dia a dia
sendo que o peso do arquivo
é puro amor e alegria! bjus....Gi.



......................................... Têre Penhabe

sábado, 6 de fevereiro de 2010

NÃO IMPORTA SE NÃO FOR PRA SEMPRE







Não importa se não for para sempre!


Como é maravilhoso a gente ter momentos desse nível, não importa se não for pra sempre, o coração reconhece sua identificação com a emoção, de estar ao lado de uma pessoa especial, de sentir-se protegido pelo calor da afeição e do desejo de uma mão estendida em sua direção, compartilhando à dois, loucuras e devaneios de amor. Acho apenas, que não vale a pena lamentarmos pelo fim, do que um dia foi um grande encontro, pois somos como plantas frutíferas, sempre se renovando a cada primavera. O amor é assim mesmo, talvez um conjunto de grandes paixões em sua vida. Não sei exatamente como defini-lo. Tive vezes que me apaixonei numa noite, numa simples troca de olhares, num beijo despretensioso, numa maravilhosa troca de palavras, por um sorriso divinamente refrescante, numa sensual dança que me deixava fascinado e com vontade de mergulhar no desenho e nas curvas atrevidas, onde o corpo feminino falava por si mesmo. Não sei qual a definição adequada, mas quando sinto a energia de uma pessoa, sei que é essa onda que eu quero me sintonizar, viver momentos sem me preocupar com o futuro. Deixar rolar sem qualquer pretensão de que isto seja eterno, sem achar que isto necessite de um compromisso formal e moral, mas sim, uma afinação de pensamentos e do fundo de um coração emotivo. Uma orquestrada mistura de corpos se tocando sem pudor com desejos e prazeres, onde o beijo se torne uma antena que se ligue com todas as terminações nervosas, numa fusão de desejos, numa cumplicidades de intenções fortes que só fazem um do outro querer mais e mais estarem juntos, sem se preocuparem com o tempo e com o futuro, apenas curtindo um momento que se tornará eterno na lembrança e na história viva do coração humano.
.................................................André Prado