Anjo Vadio
Desvio desse meu lado sinistro, em vão
a corrente me pega, me leva sem reação
minhas escolhas estão cravadas no peito
lá tem meu anjo vadio, um menino sombrio
sou um puto ambulante, na onda do desconhecido,
um andrógino na fusão negra e branca,
meus impulsos me embriagam, deslizo sem culpa.
Sem rumo, vasculho a noite buscando um conforto,
talvez, meus sonhos sufocados em meios aos delírios.
Esse lado menino é um pobre diabo,
inevitavelmente foge a idade da razão,
se refugia nas asas da imaginação,
preso as dimensões do seu mundo caótico,
não vê o fundo do poço, não se sente acuado,
se deixa levar pelas aventuras e os escuridão,
um lado meio deliquente que deseja os perigos,
adora estimular seus instintos, explora os pecados
suas asas voam longe, sem se dar conta de limites
não se vê por inteiro, busca seus pedaços espalhados
na esperança de ser uno na paz de sua solidão
caminha no escuro onde o tempo é a única razão.
André Prado
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