sábado, 12 de fevereiro de 2011

Marionetes versus aloprados







As pessoas escrevem um monte de bobagens e asneiras na internet e se esquecem que esse espaço é aberto, também, para a troca de idéias e ampliação do pensamento crítico. Uma parte significativa de internautas julgam que o tempo é medido pelo dinheiro que ganham e que seja dispendioso gastar alguns dos seus preciosos minutos para pensarmos nas coisas que nos rodeiam. Faço esse exercício diariamente e gosto de expor minhas idéias escrevendo. É bem verdade que a maioria, neste momento, nem se quer vai abrir e ter o interesse de ler o que tenho a dizer, uma oportunidade que a rede proporciona, disponibilizando um alcance para reflertimos sobre assuntos que temos necessidade de discutir. Seguramente, homens e mulheres, já até tenham deletado essa conversa, por julgarem ser muito chata e até inconveniente. Conversa de vagabundos, que não tem o que fazer, como já ouvi por varias vezes, de alguns ignorantes infelizes e com pouca massa cinzenta. Certamente, alguns ou a maioria , estejam pensando que estamos elucubrando, em cima de coisas que não fazem a menor diferença, numa sociedade que eles já aprenderam a aceitar , sem ao menos se darem ao trabalho de questionar. É bem provável que isto não interesse a quase ninguém, pois se sirvam desse mecanismo maravilhoso apenas para diversão e inconsequências. Afinal o mundo é assim mesmo, quem somos nós para mudarmos o que já está consolidado, diriam quase todos. Menos nós é claro, os aloprados em busca de informação. As minhas formulações não são direcionadas as mentes especiais, aquelas que ainda resistam, por terem uma consciência crítica e procurem sempre a informação como modo de satisfazer suas dúvidas e formar uma opinião que busque sempre sua condição melhorada e de tudo que as rodeie. Inclusive seu semelhante. O que realmente me preocupa são esses modelos que a sociedade e a mídia incorporam, usando sempre a mulher e homens como objeto de consumo, estimulando a idéia da individualidade egocêntrica e da aparência como fonte de destaque. Eu acho, que é mais um alerta, que sinto nas minhas convivências e nas relações sociais , algo que eu vejo, dentro da minha observação limitada, para que homens e mulheres não sejam levadas pela onda do fetiche que marca a ditadura da beleza, o individualismo, o amor falsificado e impessoal, numa dimensão invertida e anti-social que o conjunto da sociedade, em meio a tanta informação, produz. As pessoas não estão se comunicando, está que é a verdade. Comunicação, antes de mais nada, é uma troca que possibilita a visão do outro em meio a sociedade em que vive. A capacidade de conhecer para transformar e desenvolver o seu próprio meio. Um incremento que acrescenta e que pode perfeitamente ser divertido e ao mesmo tempo informativa, por que não. No entanto, estamos vendo uma incapacidade de avançar, apesar da tecnologia ser cada mais avançada, porque falta justamente senso crítico. Mesmo porque não interessa ao sistema cabeças pensantes e sim aquelas que contenham apenas vento, para não dizer outra coisa. Tenho visto coisas extremamente banais e superficiais,para não dizer medíocres. Não que eu não tenha essas fases, porque sou humano e cometo erros como qualquer pessoa. E uso a net também para coisas banais. Longe de mim atirar a primeira pedra e negar que eu não goste de jogar conversa fora e relaxar para variar. Mas não faço disto minha tônica de vida, essa é a diferença. Tenho uma atuação participativa e convicções muito fortes. Uso a net porque acredito que seja uma ferramenta avançada que contribui para a transformação comportamental. A eleição de Dilma é um exemplo disto. Combatemos as injurias e calunias contra ela, através do uso desta útil ferramenta e conseguimos desmentir e calar as mentiras com sua eleição. Esse espirito combatívo e o que não vejo no cotidiano das pessoas, principalmente entre essa geração mais nova e estranha que não consegue se perceber e tão pouco perceber o interior da vida fora de suas próprias necessidades. . Eu verifico isto, pela linguagem sintética e falsificada ao se dirigirem uns aos outros, banalizações afetivas, conjugando muito o verbo amor na sua forma impessoal. Como se essa relação não tivesse sujeito, apenas objetos em movimento. Algo, como se fossem marionetes impulsionados por padrões visuais, que não tenham qualquer capacidade emotiva, e só manifestem alegrias quando são capazes de se destacar de qualquer modo, colocando a chamada melância no pescoço para que sejam vistas, fazem tudo menos diversão e amizade de fato. Escapismo por todos os lados,eu diria. Isto é consequência da visão atual do glamour que todos querem experimentar. Um glamour que emburruce, ao invés de engrandecer, usando todo o meio de comunicação apenas para se tornarem visíveis pelo aspecto e não pelo conteúdo. Torna-se uma faca de dois gumes, porque as pessoas acabam apenas tendo uma relação banal e distante, sem qualquer intimidade. Por u lado podem até se destacarem, mas por outro estão sempre sozinhas em meio a multidão. As consequencias são a ditadura da beleza e a alienação sem qualquer interesse por outros lados da vida. Não se interessam pela comunicação através do dialogo, mas sim por meros monólogos compartilhados. O que vale nessa sociedade é aparecer, para crescer. Isto que me irrita e me deixa completamente abismado. Talvez por isto esteje chamando a atenção pelo fato de estarmos entrando numa geração BBB, que nada acrescenta, mas muito mais sério que isto, cabeças que procurem o prazer em detrimento do outro, através da manipulação de mentiras que passam a acreditar e pulverizar nas mentes e nos corações como verdades absolutas. Nesse sentido, vivemos um mundo virtual na vida social, fora da rede, uma interpretação de atores no palco da vida real. Algo tão alienado que provoca um escudo e desmantela aqueles, que se atreverem a serem diferentes. Um preconceito de que ser bem informado e consciente é algo chato e desnecessário. O importante, segundo esses infelizes, é não pensar muito e se divertir mais. Sem medo de errar, estamos vivendo a forma mais radical de emburrecimento, envolvendo a mais completa tecnologia de ponta, além de estarmos cada vez mais solitários em nossos gabinetes, a rede está criando o desinformação através da informática.

André Prado

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