terça-feira, 6 de março de 2012

Cálida solidão


Cálida Solidão 

Um olhar em meio a solidão,
despe a minha alma, me vejo tão longe,
toco o que me cerca, um mundo a volta,
mas só sinto a minha mente girar,
vislumbro as torres e as luzes, em meio ao silencio,
a noite calada, só me faz me deparar com meu eu,  
de frente ao  impacto, meus conflitos são pétalas 
que desfolham mortas, caídas ao chão.
Carrego nos ombros a paralisia da  memória, 
desfalecida, sem sentido, ela me corrói nesse abandono,
é tempo de girar ao redor e saber o que me desliza a mente.

Cálida solidão não é a ausência, mas percepção.
Introspectiva é a sua fonte, jorrando sensações mil. 
Minha única companhia é a música,derradeira fortaleza da alma, 
com a notas viajo mundo afora, me vejo em outras dimensões.
Vislumbro outros mundos, vasculho outras possibilidades, me adentro,
rabisco meus fantasmas, que me atormentam, saio de marcha ré,
vou em direção a continentes inexplorados, buscar um sentido e a  minha verdade.
Esse encontro tridimensional  é um abraço sem fronteiras, 
um beijo sem limites, um êxtase interminável, uma maluquez divertida,
talvez seja loucura, quem pode saber, são ondas de uma consciência inquieta,
só sei que há uma certa altura da vida, até mesmo as fronteiras da fantasia se tornam pesadas,
os limites não se ampliam mais como antes e é preciso repensar caminhos e refazer a vida.
Nesse instante eu percebo, que a vida é conflito entre o imaginário e a real gangorra do finito.
........................................................................André Prado





Nenhum comentário: